IBCC apresenta equipe de Especialistas no Controle da Dor
Com os avanços da medicina para a compreensão dos mecanismos da dor, bem como das dimensões de experiência dolorosa e dos tratamentos mais adequados, o IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer), apresenta uma equipe de Especialistas no Controle da Dor, com atuação em todas as Unidades de assistência oncológica.
Coordenados pelo Professor Hazem A. Ashmawi, livre-docente em Anestesiologia pela Faculdade de Medicina da USP, e pela Dra. Cláudia Palmeira, Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP, a Equipe de Controle da Dor do IBCC irá contribuir de forma essencial para os pacientes em tratamento do câncer, pensando na qualidade de vida dos mesmos. Visto que a dor faz parte da realidade diária da maioria das pessoas é importante que seja discutida essa questão, pois a dor faz parte de um sintoma, geralmente resultado de diferentes quadros clínicos.
“No século passado, até a década de sessenta, a dor era definida apenas como uma resposta inevitável à lesão tecidual, sendo pouco valorizados os aspectos afetivos, cognitivos, diferenças genéticas, idade, gênero, ansiedades e expectativas. Felizmente, profissionais de diferentes áreas que estudam dor e tratam também esse sintoma e aprofundaram o entendimento de sua existência física, seus mecanismos e controle”, explica a Dra. Cláudia Palmeira.
O tratamento da dor é multidisciplinar, exige que seja feito um diagnóstico correto do quadro doloroso e dos fatores envolvidos, sendo assim, o paciente deve ser atendido por um especialista no assunto. “Após o diagnóstico correto, é preciso esclarecer ao paciente sobre sua dor, e, nesse caso, a verdade é fundamental e isso implica em não prometer milagres e buscar uma solução. Sempre explicar ao paciente que muitas vezes é preciso de tempo e paciência, mas que durante o tratamento este será amparado e se manterá participativo de seu tratamento. Com um vínculo estabelecido entre médico e paciente, mesmo diante dos casos mais complicados a possibilidade de alívio já faz diferença”, acrescenta a Dra. Cláudia Palmeira.
Segundo o diretor técnico médico do IBCC, Dr. Walter Galvão, entender a dor é de suma importância e tratá-la pensando na qualidade de vida do paciente. “O sofrimento inviabiliza a produtividade e potencializa a dificuldade de se relacionar de forma satisfatória com a sociedade como um todo”, afirma o médico.
Existem diferentes formas de se tratar a dor, com diferentes opções que vão desde a farmacoterapia ao tratamento intervencionista, tudo depende do quadro em questão. Existem diversas maneiras de se avaliar a dor, a mais frequente é através da utilização de escalas de avaliação da dor. Existem dois tipos de escala, as escalas unidimensionais e as escalas multidimensionais. As escalas unidimensionais avaliam, normalmente, a intensidade da dor, as escalas mais comuns são a escala de descritores verbais, que divide a dor em sem dor, dor leve, moderada, forte ou insuportável e a escala numérica, que é uma escala que varia entre zero e dez, onde zero significa sem dor e dez significa a pior dor possível. As escalas multidimensionais avaliam outros componentes da dor além da intensidade, como interferência no trabalho, nas relações pessoais, no sono, no humor, nas atividades diárias, entre outros, a escala mais usada é o inventário breve de dor.
Sabemos que entre 70 e 85% dos pacientes com câncer apresentaram, apresentam ou apresentarão dor durante a doença. Assim, a avaliação da dor é necessária e importante de ser realizada durante o tratamento e, a partir do seu aparecimento, ela deve ser tratada de maneira a minorar o sofrimento do paciente.
A Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) é vinculada à International Association for the Study of Pain (IASP), esta que define dor como uma sensação e experiência emocional desagradável associada à lesão tecidual, real ou potencial, ou descritas em termos desta lesão. A dor é sempre subjetiva, pois cada indivíduo aprende a aplicação do termo através de experiências relacionadas a lesões prévias.