87% dos profissionais creem que tecnologia melhora resultados com pacientes
A Royal Philips acaba de divulgar os dados de seu relatório anual Future Health Index 2020 (FHI) – uma plataforma que ajuda a determinar quão preparados estão os países para enfrentar os desafios globais de saúde e criar sistemas nacionais sustentáveis e adequados. Este é o primeiro ano em que o relatório esteve focado nas percepções do grupo que vai compor a maior parte da força de trabalho do setor de saúde nos próximos 20 anos, os profissionais com menos de 40 anos. Para isso, foram entrevistadas mais de 3 mil pessoas em 15 países, incluindo o Brasil.
“A transformação que buscamos, que vai além das novas tecnologias, está de certa forma atrelada à essa próxima geração de profissionais de saúde que procuram por inovação e novos conceitos no mercado. Mas para que essa mudança realmente aconteça, é preciso compreendê-los e entender suas necessidades, a fim de mitigar os gaps que existem e gerar bons resultados no futuro do setor de saúde”, afirma Fábia Tetteroo-Bueno, CEO Latam da Philips.
Este ano, a pesquisa investigou três frentes: as lacunas no treinamento e educação em saúde; a tecnologia para ajudar a transformar o setor e a criação de um ambiente ideal de trabalho em saúde. “Os jovens profissionais brasileiros demonstram dedicação a seus pacientes, suas carreiras e são motivados pelo desejo de ajudar os demais. Contudo, as burocracias do dia a dia, que os afastam de suas funções principais e o pouco investimento em novas tecnologias, são alguns dos fatores apontados que poderiam aprimorar a cadeia de saúde como um todo” explica Tetteroo-Bueno.eww
Confira os principais insights do relatório Future Health Index 2020:
Lacunas de conhecimento, dados e competências
Mesmo tendo passado por anos de formação, em média seis anos, além de especializações e treinamentos, a próxima geração de profissionais de saúde no Brasil apontou algumas lacunas no que diz respeito a competências, conhecimentos e dados não clínicos.
No país, em particular, as principais competências não clínicas apontadas por esses jovens profissionais de saúde são as tarefas administrativas (50%) e gerenciamento do estresse / pressão inerentes ao dia a dia (34%). “Ser um profissional de saúde de sucesso não depende apenas de sua formação. Existem certas habilidades, como inteligência emocional e gerenciamento administrativo, que não são ensinadas, mas são tão necessárias quanto as habilidades clínicas. De acordo com o relatório, o Brasil tem um amplo potencial para minimizar essas lacunas”, destaca Tetterro-Bueno.
Outros dois pontos também mencionados são as lacunas de conhecimento e de dados. A maioria dos profissionais de saúde brasileiros tem pouco ou nenhum conhecimento sobre atendimento baseado em valor (72%), conceito relacionado ao reembolso com base no tratamento do paciente e não no volume de exames ou procedimentos executados. 84% dos profissionais brasileiros afirmam que as instituições de saúde onde trabalham utilizam medidas baseadas em volume.
Já em relação as lacunas dos dados digitais, entre os 15 países pesquisados, os jovens profissionais brasileiros estão entre os mais propensos a utilizarem os dados digitais dos pacientes, de maneira correta, para influenciar os resultados de diagnóstico, tratamento e atendimento (40%). “Eles acreditam que o treinamento seria o meio mais eficiente para garantir o melhor aproveitamento destes dados” pontua a CEO Latam da Philips.
A tecnologia para ajudar a transformar a saúde
Quando se trata de conectividade, os profissionais de saúde mais jovens entendem que essas tecnologias melhoram sua própria experiência de trabalho e de seus pacientes. 87% acreditam que essas soluções são ferramentas importantes para obter melhores resultados para os pacientes e 79% afirmam que o uso das tecnologias digitais pode reduzir os níveis de estresse, além de permitir que eles dediquem mais tempo aos seus pacientes (71%).
“Essa visão reforça um dos pilares do nosso conceito de Quadruple Aim: aprimorar a experiência do paciente. E, claro, otimizar a rotina diária desses jovens profissionais e também reduzir custos das instituições de saúde. Além disso, 66% dizem que a Inteligência Artificial lhes permitirá oferecer um serviço personalizado e fornecer as ferramentas necessárias para manterem seus pacientes com saúde (64%) – uma tendência global cada vez mais forte no setor” completa Fábia.
Porém, estes jovens profissionais apontaram alguns desafios quanto a conexão entre os sistemas. 61% acreditam que a interoperabilidade entre plataformas precisa ser aprimorada para garantir a máxima utilização dos dados de saúde.
Criar um ambiente de trabalho ideal
A pesquisa também aponta que a proporção de médicos / pacientes no Brasil é baixa, colocando-os como os profissionais mais ocupados em todos os países pesquisados, com um média de 2,1 médicos por cada 1.000 pessoas, segundo dados levantados pela KPMG em 2017. “Esses profissionais sofrem um alto nível de estresse, porém, consideram as tecnologias digitais como uma solução para aliviar esse problema – 79% esperam que a adoção destas soluções reduza o stress relacionado ao trabalho” comenta Fábia.
No entanto, apesar dessas adversidades, mais da metade dos jovens profissionais de saúde brasileiros (60%) se sentem capazes de promover mudanças na forma como as instituições de saúde são administradas. Com esses dados, é possível perceber uma clara demanda por um ambiente de trabalho saudável, que promova a colaboração e ofereça agilidade a esses jovens médicos, já que o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal (89%) e a cultura (89%) são os principais fatores levados em conta ao escolher onde trabalhar.
“Como no Brasil o mercado de tecnologia tem crescido fortemente e o país possui excelentes centros de saúde, comparáveis aos melhores hospitais do mundo, é possível criar um sistema mais completo, sustentável e inclusivo, com jovens profissionais focado nos principais pontos da cadeia: melhor atendimento ao paciente, decisões clínicas assertivas e oferta dos melhores tratamentos, assim como seu bem-estar no ambiente profissional. Para isso, é essencial que as tecnologias sejam acessíveis, até mesmo em áreas remotas, com sistemas de saúde integrados que permitam a acessibilidade” finaliza Tetterro-Bueno.