Artigo retrata Benchmarking na medicina laboratorial
A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), em parceria com a Controllab – Controle de Qualidade para Laboratórios, desenvolveram o artigo Brazilian laboratory indicators benchmarking program: three-year experience on pre-analytical quality indicators. O material foi produzido por Wilson Shcolnik, Fernando Berlitz, Cesar Alex de O. Galoro, Vinicius Biasoli, Rafael Lopes, Diogo Jerônimo, Luiza Bottino Balli e Leticia H. Bernardes.
A abertura explicou a representação do benchmarking na medicina laboratorial. Trata-se de um processo no qual as instituições buscam se comparar com o macroambiente (comparação de desempenho e melhores práticas com diferentes laboratórios) e melhorar seus resultados com base em indicadores de qualidade. A literatura tem destacado a vulnerabilidade da fase pré-analítica em termos de riscos e falhas e o uso da comparação interlaboratorial como oportunidade para definir um benchmark de desempenho estratégico alinhado ao setor de medicina laboratorial, o que tem se mostrado uma estratégia promissora para garantir a melhoria contínua , identificando dentro do processo pré-analítico as atividades críticas para garantir a segurança do paciente.
Nesse contexto, o trabalho teve como objetivo apresentar a experiência de três anos (2016-2018) do Programa de Benchmarking e Indicadores Laboratoriais (PBIL) – com ênfase nos indicadores pré-analíticos e sua comparação com especificações de desempenho disponíveis na literatura e outros programas de benchmarking na área de Medicina Laboratorial, como por exemplo do grupo europeu da Federação Internacional de Química Clínica e Medicina Laboratorial (em inglês, IFCC WG LEPS). O PBIL é organizado pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) em conjunto com a Controllab e coordenado por um grupo brasileiro com representantes de diversos países (https://controllab.com/din2/benchmarking_indicadores/index.php).
De acordo com Wilson Shcolnik, Presidente do Conselho de Ex-Presidentes da SBPC/ML, os dados apresentados no artigo envolvem os resultados de desempenho de 180 laboratórios com participação ativa. Os resultados são apresentados em porcentagem (%, gráfico de boxplot em quartis) e métrica Sigma, reconhecida como a métrica que melhor indica a magnitude das falhas em um processo. “O Gráfico de Pareto foi utilizado para facilitar a ordenação e identificar os principais erros na fase pré-analítica. O Radar Chart foi disponibilizado neste trabalho com o objetivo de comparar os resultados obtidos no Sigma pelo PBIL e IFCC Working Group Laboratory Errors and Patient Safety (WG LEPS)”, explica.
No período do estudo, pouco mais de 80% das falhas pré-analíticas estão relacionadas à contaminação de hemoculturas (laboratórios hospitalares e não-hospitalares), recoletas e exames não registrados, com índices de falha de 2,70, 1,05 e 0,63%, respectivamente. O desempenho observado no programa PBIL foi consistente com os referenciais da literatura, sendo observada performance superior para indicadores relacionados à coleta da amostra como por exemplo “Volume Insuficiente de Amostra” e “Proporção incorreta de volume de amostra/anticoagulante”.
“Os resultados do programa demonstram a importância de um programa contínuo de monitoramento de desempenho comparativo para definir metas mais robustas e, consequentemente, reduzir as falhas nos processos laboratoriais. Mesmo com essas premissas e resultados promissores, a análise contextualizada dos indicadores do programa, apontam para um número ainda significativo de falhas em nosso mercado, com possibilidades de melhorias a fim de garantir processos mais robustos e eficazes. A conquista desta publicação demonstra a confiabilidade e consistência dos dados do PBIL, permitindo a comparação de desempenho entre programas de benchmarking no âmbito internacional”, acrescenta Luiza Bottino Balli, Supervisora de Serviços da Controllab.