Confiança dos brasileiros na ciência aumentou
A 3M apresenta os resultados da terceira edição do Índice Anual do Estado da Ciência (State of Science Index – SOSI), pesquisa global que divulga as percepções da população em relação à ciência. A iniciativa foi realizada em duas etapas: a primeira, com cerca de 14 mil pessoas, em 14 países, de agosto a outubro de 2019, já a segunda, durante a pandemia do novo coronavírus, com respondentes de 11 países, nos meses de julho e agosto deste ano. Cada uma das análises contemplou mil brasileiros respondentes e foi realizada de forma independente e encomendada pela 3M, empresa global de ciência e inovação. Conduzida pela Ipsos, companhia de pesquisa de mercado, a ação tem como objetivo analisar a imagem, relevância e impacto da ciência na sociedade para gerar discussões a respeito do tema.
Nesta edição – cujos resultados globais foram apresentados nos Estados Unidos no início deste mês -, a pesquisa contempla a percepção dos entrevistados em relação à Ciência dentro de quatro grandes temas: a imagem da Ciência, a Sustentabilidade, a equidade em STEM (educação e carreiras nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e a liderança científica.
Imagem da Ciência para os brasileiros:
Em todo o mundo, especialmente no Brasil, a imagem da ciência está em alta, apontou a pesquisa. Pela primeira vez em três edições, o ceticismo em relação à Ciência diminuiu 9 pontos percentuais em relação à pesquisa de 2019 (de 42% para 33%) realizada no Brasil.
• Devido à Covid-19, quase todos os brasileiros estão mais propensos a concordar que a ciência desempenha um papel crítico na resolução das crises de saúde pública (86% vs. 78% globalmente) e que a ciência precisa de mais financiamento (89% vs. 77% globalmente).
• 88% dos brasileiros (vs. 79% globalmente) acreditam que a ciência tornará suas vidas melhores nos próximos 10 anos.
• 92% acreditam que as pessoas devem seguir os conselhos científicos para conter o vírus.
• 86% dos brasileiros (vs. 82% globalmente) acreditam que há consequências negativas para a sociedade se as pessoas não valorizarem a ciência.
Embora as barreiras ainda permaneçam, a pandemia causou uma mudança drástica na disposição dos brasileiros para defender a ciência: 73% são mais propensos a defendê-la (vs. 54% globalmente) como resultado da pandemia, contra 27% que são menos prováveis à mudança (vs. 46% globalmente).
• Muitos brasileiros ainda raramente pensam em ciência em sua vida cotidiana (54% contra 63% globalmente) e acreditam que se a ciência não existisse, sua vida cotidiana não seria tão diferente (32%).
• Os brasileiros também querem soluções para grandes questões sociais. Em meio aos grandes desafios em 2020, são eles:
• Encontrar uma cura para vírus emergentes como a Covid-19: 79%
• Defender a igualdade racial na sociedade e/ou garantir que as minorias sub-representadas tenham acesso à educação STEM): 65% (vs. 55% globalmente)
• Encontrar a cura para doenças em curso, como o Câncer: 59%
• Lidar com o desemprego: 50% (vs. 46% globalmente)
• Mitigar os efeitos das mudanças climáticas: 35% (vs. 51% globalmente)
“Podemos notar que os brasileiros, principalmente neste momento de pandemia, passaram a valorizar ainda mais a Ciência, e a veem com otimismo, mas ainda têm dúvidas quanto a ela, mesmo com a diminuição do ceticismo em relação ao ano anterior. Isso mostra como o papel da 3M, como empresa de ciência e inovação, é fundamental para incentivar essa valorização e ajudar a advogar por essa causa. Nosso estudo mostra acima de tudo que as pessoas querem e esperam que a Ciência torne sua vida melhor, e isso se conecta com a visão da 3M, de criar soluções que melhorem a vida das pessoas”, comenta Paulo Gandolfi, Diretor de P&D e Inovação da 3M na América Latina.
Sustentabilidade
Soluções sustentáveis continuam sendo um foco importante para os pesquisados. O mundo está unido em querer que a ciência resolva grandes desafios, e encontrar soluções sustentáveis ainda é uma prioridade clara, mesmo em meio à Covid-19, aponta a pesquisa.
Antes da pandemia, 51% dos brasileiros queriam que a ciência resolvesse, além da saúde, questões ambientais como qualidade do ar, e a poluição por plásticos nos oceanos. De acordo com a pesquisa feita antes da pandemia, para criar um futuro sustentável, segundo os brasileiros, a Ciência, por meio das suas inovações, precisa:
• focar na conservação de água (50%),
• reduzir o desperdício (38%),
• melhorar a qualidade do ar (38%),
• reduzir a dependência mundial dos combustíveis fósseis (33%)
• projetar uma economia mais circular (32%).
Já com a pandemia, a população local concorda que as empresas também podem garantir um futuro sustentável, como reduzir a quantidade de plástico usado em produtos (34%), usar fontes de energia renováveis para alimentar instalações (33%), usar materiais reciclados e renováveis em produtos (30%), reduzir a quantidade de água usada na produção (27%), como também unir esforços, sem fins lucrativos, para ajudar a construir comunidades sustentáveis (22%).
Educação
O estudo mostra que a equidade nas carreiras de STEM (sigla para a educação e carreiras nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e a desigualdade de gênero e raça são barreiras que impactam o futuro. A falta de acesso a uma boa educação nessas áreas, especialmente entre grupos minoritários sub-representados, é uma barreira para avanços em ciência e tecnologia. A pandemia também destacou a importância da educação STEM.
Antes da pandemia, 84% acreditavam que as oportunidades de trabalho precisavam de colaboradores qualificados. Atualmente, por conta do cenário atual, os brasileiros estão mais propensos a concordar com a importância da qualificação dos profissionais. Para beneficiar o futuro da sociedade, 87% deles acreditam que o mundo precisa de mais pessoas que busquem por carreiras relacionadas com STEM para beneficiar a sociedade no futuro. No entanto, a educação acessível e a desigualdade são obstáculos que impactam o futuro.
A falta de acesso à educação STEM é de longe o maior obstáculo para garantir a próxima geração de cientistas brasileiros, mas as desigualdades e os pensamentos equivocados de que apenas gênios podem fazer ciência também são barreiras. Antes da pandemia, 27% dos brasileiros citaram a falta de diversidade como um dos maiores desafios que as carreiras em STEM estão enfrentando. Na pandemia, 44% dos brasileiros de baixa renda são mais propensos a relatar serem desencorajados a estudar ciências na escola.
Com a pandemia, este estudo afirma que os alunos ficariam mais inspirados a seguir uma carreira científica se:
• O ensino de Ciência fosse feito de uma forma mais envolvente (50%);
• Houvesse mais investimentos em currículos de ciências (49%);
• A ciência fosse posicionada como uma plataforma para tornar o mundo melhor (44%);
• Fosse oferecida uma melhor compreensão das diferentes oportunidades de carreira em ciências (41%);
• Fossem criadas oportunidades iguais para os alunos de todo o país aprenderem sobre carreiras científicas (40%);
• A Ciência fosse relacionada com as vidas dos estudantes (38%).
Visão dos brasileiros sobre liderança e responsabilidade compartilhada na Ciência
O papel do governo no apoio à Ciência é muito importante para os brasileiros. A maioria (92%) continua a sentir que os governos devem estar mais envolvidos na resolução de questões sociais, tais como:
• Conter a propagação da Covid-19: 92%
• O acesso à Saúde: (92%)
• Melhorar a qualidade do ar: 90%;
• Acesso à energia limpa e renovável: 90%;
• Incentivar a educação nas disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática: 89%;
• Investir em infraestrutura: 89%;
• Diminuir a poluição de plásticos do oceano: 89%.
Antes da pandemia, 51% acreditavam que o governo deveria ser responsável por decidir como o financiamento da pesquisa é destinado, juntamente com organizações sem fins lucrativos (37%) e o setor privado (31%). Embora os governos sejam fundamentais para a solução de questões sociais, não se espera que eles abordem o desenvolvimento de pesquisas sozinhos.
A pesquisa realizada em julho e agosto desse ano também apresenta os desejos dos brasileiros em relação às empresas atuantes no país, que são:
• O preparo para futuras pandemias, surtos de doenças: 51%;
• Criação de oportunidades de emprego para grupos minoritários: 47%;
• Colaborar com governos para defender políticas que ajudem a resolver desafios globais: 46%;
• Eliminar barreiras de acesso a uma educação de qualidade aos alunos que cursam as disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática: 45%.
Conheça todos os dados desta pesquisa global, no site http://www.3M.com/scienceindex .
Metodologia da Pesquisa
A empresa de pesquisa global Ipsos conduziu o estudo com 1000 adultos com mais de 18 anos de cada país em duas etapas: 14 países de agosto a outubro de 2019 (Brasil, Canadá, China, Alemanha, Índia, Japão, México, Polônia, Cingapura, África do Sul, Coréia do Sul, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos), e durante a pandemia em 11 países, nos meses de julho e agosto deste ano (não participaram dessa 2ª fase Índia, México e África do Sul). A pesquisa foi realizada por meio de uma combinação de entrevistas on-line e off-line. A amostra para cada país foi representativa nacionalmente com base em idade, sexo, região e raça/ etnia (quando aplicável). A precisão das pesquisas on-line da Ipsos é medida usando um intervalo de credibilidade. Nesse caso, a pesquisa tem um intervalo de credibilidade de ± 0,9 pontos percentuais para todos os entrevistados.