Saúde suplementar começa o ano com novas contratações
O Brasil iniciou 2020 com aumento na contratação de planos médico-hospitalares. O total de planos de saúde deste tipo cresceu moderadamente (0,05%) na comparação entre janeiro de 2020 e o mesmo mês do ano anterior, gerando 23,5 mil novos vínculos. Os números integram a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde suplementar (IESS). No total, há 47,03 milhões de beneficiários no Brasil.
“Apesar de modesta, a alta é um bom indicativo para o setor”, opina José Cechin, superintendente executivo do IESS. “Se os números de empregos formais e o PIB (Produto Interno Bruto) crescerem conforme as expectativas do mercado, será possível que o País veja o início de um processo de retomada do número de beneficiários da saúde suplementar, que passou pelo rompimento de mais de 3 milhões de vínculos entre 2014 e 2017”, analisa.
O executivo destaca que o avanço de 0,05% é tímido frente ao crescimento do emprego formal com carteira assinada que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 2,6% em 2019. Os planos empresariais cresceram 0,13%, o que também é muito modesto frente ao crescimento do emprego formal. A explicação, segundo o executivo, está no fato de o avanço do emprego com carteira assinada ter sido mais pronunciado nos setores não industriais, que normalmente têm uma adesão a planos corporativos mais baixa do que em outros setores econômicos. De fato, enquanto a indústria registrou 29,8 mil novos postos de trabalho formais, os outros setores abriram 614,3 mil.
Mesmo com o resultado positivo, apenas 13 das 27 Unidades da Federação tiveram aumento de vínculos nos 12 meses encerrados em janeiro. Entre eles, os maiores avanços foram registrados no Sudeste do País.
Minas Gerais passou a atender 46,7 mil novos vínculos, alta de 0,9%; No Rio de Janeiro, foram 27,9 mil novos vínculos (+0,5%) e no Espírito Santo, 22,5 mil (+2,1%). Por outro lado, São Paulo foi o Estado em que mais pessoas deixaram de contar com os planos médico-hospitalares: 45,7 mil vínculos foram rompidos no período, uma retração de 0,3%.
O resultado paulista reforça a percepção de que o desempenho do mercado de trabalho formal é fundamental para a recuperação do total de vínculo com planos médico-hospitalares no País. “Do total de 17,1 milhões de beneficiários em São Paulo, 12 milhões são coletivos empresariais”, comenta Cechin. “Podemos, claramente, relacionar o desempenho negativo constatado pela NAB nesta Unidade da Federação ao aumento da informalidade no mercado de trabalho paulista constatado pelo IBGE desde 2016 e que, atualmente, está em 32%”, completa.
No restante do Brasil
Fora do Sudeste, os estados que apresentaram os melhores resultados foram: Goiás, no Centro-Oeste, com 21,7 mil novos beneficiários (+1,9%); Bahia, no Nordeste, com 15,7 mil vínculos firmados (+1%); Amazonas, no Norte, com 15,1 mil novas contratações (+3%); e Paraná, onde 9,7 mil pessoas passaram a ser atendidas por planos médico-hospitalares (+0,3%).