Fehoesp aponta crescimento de leitos privados no país
O Sistema Único de Saúde (SUS), até setembro de 2019, contabilizou 327.980 leitos no país, divididos entre leitos gerais e complementares. Ao comparar setembro de 2019 com dezembro de 2018, nota-se o fechamento de 3.014 leitos do SUS, o que significou uma redução de 0,9% no número total de leitos, segundo o CNES. Quanto aos leitos não SUS no país foram registrados 164.736 leitos, totalizando a abertura de 4.837 leitos em relação a dezembro de 2018.
As maiores perdas de leitos no SUS aconteceram nos setores clínicos, passando de 107.812 em dezembro de 2018 para de 106.952 leitos em setembro de 2019; obstétricos passando de 38.908 para 30.535 leitos ; e os pediátricos passaram de 39.302 leitos para 38.602 .
Segundo o presidente da FEHOESP – Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, o médico Yussif Ali Mere Jr, o crescimento do setor de saúde privado no país aponta para um fato: que investir em saúde é necessário, um gerador de emprego e renda, e maior possibilidade de atendimento de boa qualidade para a população.
Os dados no estado de São Paulo
Para o atendimento do sistema SUS no Estado de São Paulo, em setembro de 2019, foram contabilizados 60.035 leitos, o que representou o fechamento de 800 leitos, se comparados com o verificado em dezembro de 2018. Para o atendimento do sistema suplementar de saúde, ou não SUS, no mesmo Estado, também em setembro de 2019, foram contabilizados 46.797 leitos, representando a abertura de 254 leitos em relação a dezembro de 2018. O saldo decorre do fechamento de 33 leitos gerais e da abertura de 287 leitos complementares, onde estão incluídas as UTIs.
As maiores perdas de leitos no SUS no estado se verificaram nas especialidades, passando de 11.478 leitos para 10.979; hospital dia, reduzindo de 1795 leitos para 1752; clínicos que diminuíram de 16.494 leitos para 16.259; e pediátricos, que passaram de 5.173 leitos para 5.103, comparando-se novamente dados de dezembro de 2018 a setembro de 2019.
O presidente da FEHOESP acredita que a saúde pública precisa de mais financiamento. “Os setores da saúde pública que recebem algum tipo de financiamento, como as OSs (Organização social é um tipo de associação privada, com personalidade jurídica, sem fins lucrativos, que recebe subvenção do Estado para prestar serviços de relevante interesse público, como por exemplo, a saúde pública), respondem bem porque recebem um adicional no seu faturamento. Se nós adicionarmos ao orçamento do Ministério da Saúde valores para os hospitais e santas casas, o setor vai responder com qualidade na saúde, que é o que a população precisa”, avalia.
Outro fator importante- segundo Ali Mere Jr- é a integração do público e do privado porque aumenta a qualidade e diminui o custo do serviço de saúde. “O setor privado consegue fazer saúde com muito mais qualidade e menor custo”, alerta o presidente da FEHOESP.
Saúde gera mais empregos
O Boletim Econômico 8 da FEHOESP aponta ainda crescimento do emprego no setor de saúde. No acumulado de janeiro a setembro de 2019, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho, houve abertura de 83.657 vagas nas atividades do setor de hospitais, clínicas e laboratórios no Brasil, totalizando o contingente de 2.318.597 trabalhadores. Entre as atividades, destaca-se a criação de 41.155 postos de trabalho na atividade “atendimento hospitalar” e também a geração de 16.447 vagas de trabalho na atividade “médica ambulatorial”, no período em questão, em relação a dezembro de 2018.
O Estado de São Paulo registrou, em setembro de 2019, o contingente de 758.584 trabalhadores no setor de hospitais, clínicas e laboratórios. No acumulado do ano, o setor gerou 23.324 vagas no Estado, destacando-se a geração de 10.507 postos na atividade “atendimento hospitalar”. O Estado de São Paulo emprega 33% do contingente de trabalhadores alocados no setor no país.