Estudo analisa impacto da abordagem humanizada no tratamento do câncer
Um projeto desenvolvido na Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico, unidade do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro, provou a eficácia da abordagem humanizada na estratégica para garantir a aderência dos pacientes ao tratamento e o aumento dos resultados positivos dessa experiência. O estudo foi destaque na sessão de pôsteres do Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) 2019.
Na pesquisa, uma enfermeira voltada especificamente aos cuidados do câncer de mama realizou avaliações telefônicas, ao longo de 2018, para resolução de sintomas precoces de atividade de pesquisa de toxidade. Durante 17 meses, o estudo consultou 200 pacientes, com média de idade de 52,4 anos, que concluíram o tratamento de câncer de mama. Desse total, 65%, ou 139 delas, receberam quimioterapia auxiliar. O grupo restante (30.5%) recebeu quimioterapia auxiliar programada. Durante o diagnóstico, 50 pacientes (25%) estavam no estágio 1; 101 (50,5%) no estágio 2; e 49 (24,5%) no estágio 3. A comparação entre atividade de pesquisa de toxidade feita antes e depois revelou que não há diferenças significativas em relação à idade, uso de touca térmica (crioterapia), tempo de quimioterapia e fator estimulante. Nesse universo pesquisado, houve, somente, nove pacientes com progressão do câncer e quatro mortes. No geral, a taxa de sobrevivência foi de 99,2% e 95,1%, respectivamente.
De acordo com a oncologista dra. Daniele Ferreira Neves – uma das autoras do estudo, juntamente, com a oncologista dra. Juliana Ominelli –, o resultado do trabalho demonstra o saldo positivo das avaliações humanizadas por telefone: “No dia a dia do atendimento da clínica, o trabalho envolve uma equipe multidisciplinar – composta por enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, e nós, oncologistas. Especialmente nessa pesquisa, foi feito contato telefônico pela enfermeira especializada em cuidado oncológico, com mulheres em tratamento de câncer de mama cinco dias depois de cada ciclo da quimioterapia. A partir desse trabalho, conseguimos coletar informações mais detalhadamente e detectar as toxicidades e efeitos colaterais mais intensos dessas pacientes antes do surgimento de adversidades mais graves”, explica dra. Daniele Ferreira.
“Os benefícios dessas avaliações são evidentes, porque permitiram reduzir, significativamente, o tempo de atraso do tratamento quando comparado às pacientes que não receberam as ligações da equipe interdisciplinar. E também, porque, muitas vezes, as pacientes não relatam os efeitos colaterais aos médicos ou não retornam à nossa unidade”, completa a médica.