Médicas são maioria em São Paulo, mas homens ainda dominam especialidades

Pesquisa apresentada na Associação Paulista de Medicina (APM) traça um panorama detalhado da profissão médica em todas as regiões paulistas. A Demografia Médica do Estado de São Paulo 2026 (DMSP) traz dados inéditos sobre o crescimento acelerado do número de médicos generalistas, aponta os riscos relacionados à queda proporcional de especialistas e à abertura de novas escolas médicas, e faz projeções sobre a mudança do perfil profissional e do mercado de trabalho até 2035.

O estudo é coordenado pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM) e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP)

Líder do grupo de pesquisa Demografia Médica, o professor Mário Scheffer explica no texto de apresentação que este é um recorte estadual da pesquisa nacional, realizada desde 2010 no Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, e “se propõe a traçar características, cenários e tendências da população de médicos no estado”. Ao destacar a dimensão do sistema de saúde em São Paulo, ele cita que “somente o SUS realiza por ano mais de 2,5 milhões de internações hospitalares, sendo 10% delas de alta complexidade.”

A expectativa, diz Scheffer, é que o estudo “se converta em fonte de consulta de pesquisadores e gestores, contribuindo para o avanço da produção científica e a implementação de políticas públicas de saúde em São Paulo baseadas em evidências”.

Números e projeções

Se São Paulo chega ao final de 2025 com aproximadamente 197 mil médicos em atividade, para 2035 o estudo projeta um aumento de 72% no contingente, chegando a cerca de 440 mil. No mesmo intervalo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta em menos de 1,2% o aumento da população. “O resultado será uma razão de 5,05 médicos por 1.000 habitantes em 2030 e 7,29 em 2035, o que antecipa a necessidade de planejamento de políticas públicas que considerem o potencial impacto dessa alta concentração de médicos, tanto para o SUS quanto para o sistema de saúde como um todo”, aponta o relatório.

A presença majoritária das mulheres, que já havia sido confirmada entre estudantes e residentes, se dá pela primeira vez entre os profissionais em exercício em São Paulo. Apesar disso, homens ainda são maioria em 33 das 55 especialidades.

Dentre as 22 especialidades nas quais as mulheres são maioria, destaca-se a dermatologia, com 80,6%. Já a Urologia é a especialidade com mais profissionais do sexo masculino: 23,65 homens para cada mulher.

Em relação à cirurgia, “com exceção da Cirurgia Pediátrica, onde há certo equilíbrio (50,2% são mulheres), em todas as especialidades cirúrgicas predominam os homens, que representam 80% ou mais na Cirurgia Cardiovascular, Cirurgia da Mão, Cirurgia do Aparelho Digestivo, Cirurgia Torácica e Neurocirurgia”, pontua o relatório.

A pesquisa indica ainda a tendência a uma medicina “cada vez mais jovem”. Desde o início da série, a média etária dos médicos no estado diminuiu de 45,1 anos (±14,3) para 44,5 anos (±14,2).

Especialidades e diferenças regionais

Atualmente, 60% dos médicos de São Paulo são especialistas e 40%, generalistas. Há, no entanto, grandes diferenças entre as regiões do estado. A Grande São Paulo concentra quase metade de todos os médicos especialistas do estado. Outras regiões com alta concentração de especialistas são Barretos, Campinas e Ribeirão Preto. Além disso, “embora os especialistas ainda sejam mais numerosos em termos absolutos, a expansão relativa dos generalistas foi cerca de três vezes maior, reduzindo a distância entre os dois grupos”, ressaltam os autores.

As áreas de atuação com mais profissionais são Neonatologia (1.147 médicos certificados); Medicina Intensiva Pediátrica (824); Ecocardiografia (668); e Dor (504) médicos. Juntas, essas quatro áreas concentram 30,1% de todas as certificações. Têm número reduzido áreas mais recentes, menos demandadas pelo sistema de saúde ou supridas por outras especialidades médicas, como Foniatria, Infectologia Hospitalar, Medicina Tropical, Nutrição Parenteral e Enteral Pediátrica, Medicina Aeroespacial e Toxicologia Médica. (Com informações do Jornal da USP)

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