O custo invisível do não controle da hipertensão nas empresas

Por Alexandre Vieira

O que durante décadas simbolizava saúde perfeita agora acende um sinal de alerta. A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em parceria com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), reclassificou como pré-hipertensão os níveis de 120/80 mmHg a 139/89 mmHg, o antigo “normal alto”.

A atualização, alinhada às novas recomendações da American Heart Association (AHA), redefine o que é considerado ideal e amplia o número de pessoas que precisam de atenção médica e monitoramento. Estamos diante de uma mudança de paradigma. Pessoas que antes eram consideradas saudáveis agora fazem parte de um grupo que exige vigilância precoce e mudança de estilo de vida, e essa revisão reforça o valor do diagnóstico antecipado e da prevenção estruturada.

A hipertensão arterial deixou de ser um problema de gerações mais velhas e passou a se manifestar cada vez mais cedo. Uma análise conduzida pela Funcional, com base em 1,2 milhão de vidas ativas em seu Benefício Farmácia, mostra que 27% dos colaboradores em uso de medicamentos para controle da pressão arterial têm entre 30 e 40 anos, representando um aumento de 20% em apenas um ano.

O fenômeno revela uma tendência clara: estamos mapeando o risco cardiovascular mais precocemente para adultos jovens, impulsionado por uma série de possíveis causas, como estresse corporativo, longas jornadas, sono irregular e alimentação inadequada. Trata-se de um desafio silencioso, mas com alto impacto econômico. O controle da hipertensão não é apenas uma questão clínica, é um tema de sustentabilidade e produtividade.

O custo invisível do não controle

As doenças cardiovasculares seguem entre as principais causas de internações e afastamentos no Brasil. A sinistralidade média das operadoras médico-hospitalares chegou a 82,2% em 2024, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), pressionando diretamente os reajustes dos planos empresariais.

Grande parte desses custos é gerada por condições evitáveis, como o acidente vascular cerebral (AVC), uma das consequências mais graves da hipertensão não controlada. Ele é a ponta mais visível de um problema que começa antes, e pode ser prevenido com acompanhamento médico e adesão ao tratamento. De acordo com o “Estudo econômico sobre o tratamento dos casos de acidente vascular cerebral no Brasil: revisão integrativa”, o custo médio de uma internação por AVC ultrapassa R$ 55 mil em hospitais privados, e as sequelas costumam resultar em meses de afastamento e queda de produtividade.

Por outro lado, pacientes hipertensos que mantêm a pressão arterial controlada reduzem o risco de AVC em até 50% e o de infarto em cerca de 40%, o que significa menos internações, menos afastamentos e maior produtividade. A prevenção, nesse contexto, é um investimento com retorno mensurável, não um custo adicional.

A nova diretriz amplia o papel das empresas na promoção da saúde. Organizações que implementam check-ups baseados em dados, monitoram a adesão medicamentosa e incentivam programas de bem-estar contínuos passam a atuar antes da doença, onde o impacto é maior e o custo, menor.

Quando a empresa apoia o colaborador no cuidado com a própria saúde, ela fortalece vínculos, reduz custos e constrói um ciclo sustentável de cuidado.


*Alexandre Vieira é Diretor Médico da Funcional.

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