Novo centro de pesquisas na USP vai beneficiar pessoas com deficiência visual em todo país

A USP será sede de um novo centro de pesquisa que irá se especializar em desenvolver pesquisas e implementar tecnologias assistivas com o objetivo de promover a inclusão social, educacional, profissional e cultural de pessoas com deficiência visual. Trata-se do Centro de Pesquisa e Orientação sobre Deficiência Visual (CpodV) que será liderado pela professora Maria Célia Lima-Hernandes, da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e pelo professor Cleyton Fernandes Ferrarini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), respectivamente diretora e vice-diretor da iniciativa.

O CpodV é um dos 34 Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs) que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) anunciou recentemente, por meio de um edital. A instituição destinará a todos os CCDs um total de R$ 256 milhões. O CpodV deverá receber recursos da ordem de R$ 10,5 milhões, para um período de cinco anos.

Além dos professores Maria Célia Lima-Hernandes e Cleyton Fernandes Ferrarini, o CpodV tem em seu comitê executivo outros três docentes da USP: Ana Paula Torres Megiani (FFLCH), Paulo Eduardo Capel Cardoso (FO), Rafael Yagüe Ballester (FO) e a professora Patrícia Saltorato, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo também integra o comitê, e é representada por Caroline Reis. O anúncio da Fapesp foi feito na sede da entidade no dia 29 de setembro. As atividades do CpodV deverão ter início no próximo mês de novembro tendo como sede a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Eixos temáticos

Como explica a professora Maria Célia, o novo centro está dividido em quatro eixos temáticos: Mapeamento e Observatório da Deficiência Visual (MOb), que tem como pesquisador principal o professor Rafael Yagüe Ballester (FO); Abordagens Didático-Pedagógicas e Desenvolvimento de Soluções Estratégicas (ADPD), com o professor Paulo Eduardo Capel Cardoso (FO); Recursos para Atividades de Vida Autônoma (RAVA), com a professora Patrícia Saltorato (UFSCar); e Acessibilidade Cultural (AC), com a professora Ana Paula Torres Megiani (FFLCH).

“Tudo vai girar em torno de atividades baseadas em eixos temáticos do CpodV e no trabalho colaborativo com instituições parceiras que assistem pessoas com deficiência visual.” diz Cleyton Ferrarini, da UFSCar.

Ferrarini também destaca que o MOb, por exemplo, será responsável pelo levantamento e sistematização de dados estatísticos sobre deficiência visual, das informações sobre atendimento médico-oftalmológico e das necessidades de Tecnologia Assistiva para pessoas com deficiência visual, além de difundir as soluções e produtos desenvolvidos pelos pesquisadores do CpodV. “Teremos um repositório de acesso público que será um dos resultados dessa iniciativa”, adianta o docente da UFSCar.

O professor Paulo Capel informa que os valores serão concedidos pela Fapesp em forma de bolsas e de recursos destinados a cobrir também custos com equipamentos e treinamento técnico. Como conta docente da FO USP, o projeto vai contemplar estudantes, em todos os níveis, desde graduação até pós-doutorado. De acordo com o professor Rafael Yagüe Ballester, ao todo serão 58 bolsas, sendo 36 para treinamento técnico (divididas em cinco níveis), oito para jornalismo científico (dois níveis), nove para iniciação científica, quatro para doutorado e mais uma para pós-doutorado. (veja quadro abaixo). Além dos responsáveis pelo CpodV e os que compõem a diretoria executiva, o Centro terá como parceiros diversos pesquisadores de unidades da USP (FAU, FFLCH, FO, ICB, EEFE, FE, EP e IO) e de algumas instituições de pesquisa externas (UNICAMP, Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer e UNIFESP), como esclarece o professor Cleyton Ferrarini.

“Nada sobre nós, sem nós”

Não faltam ideias nem trabalho à equipe do CpodV, antes mesmo da implementação do novo centro. Os projetos e as realizações se estenderão, certamente, a todo o território nacional. “Teremos como parceiras diversas entidades ligadas a estudos e pesquisas destinadas a proporcionar melhor qualidade de vida a pessoas com deficiência visual”, destaca o professor Capel. Dentre outras, a Fundação Dorina Nowill para Cegos, Lar das Moças Cegas, de Santos, Associação Sorocabana de Atividades para Deficientes Visuais, Instituto Jundiaiense Luiz Braille de Assistência ao Deficiente da Visão e o Programa Atleta Cidadão, do Comitê Paralímpico Brasileiro.

“Nada sobre nós, sem nós!”. Com essa frase o professor Capel explica todo o contexto do projeto, destacando que há pessoas com deficiência visual que também estão na equipe de pesquisadores e organizadores do CpodV.

“Somos ao todo um time de 31 pessoas, sendo sete delas com deficiência visual, cegas ou com baixa visão.” diz Paulo Capel.

O professor antecipa que há projetos já em andamento, tais como um software destinado a crianças cegas ou com baixa visão, que poderão aprender a digitar em um teclado de um computador, e um protótipo de um apoiador de bengala destinado a pessoas cegas ou com baixa visão que usam o artefato.

“Por ser um Centro em que o parceiro por parte do Governo é a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, todos os produtos e processos desenvolvidos pelos pesquisadores serão voltados a políticas públicas”, conta a professora Maria Célia. Um dos projetos que ela coordena no Centro tematiza as barreiras, especialmente atitudinais, para o acesso de deficientes visuais ao conhecimento produzido na universidade pública. “Precisamos tornar a universidade não somente mais acessível, mas também mais acolhedora de modo a integrar os vários perfis de deficiência visual como parcelas da sociedade representadas nesse movimento”, completa a professora. (Com informações do Jornal da USP / Texto Antonio Carlos Quinto)

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