Diagnóstico precoce reduz em três vezes o custo para tratar câncer de mama
Um levantamento da Funcional analisou contas médicas de operadoras de saúde entre 2019 e 2024 e revelou um dado preocupante: o custo médio do tratamento do câncer de mama em estágio avançado é três vezes maior do que o de casos diagnosticados precocemente.
Durante o período analisado, que incluiu 15.994 pacientes em tratamento, o custo médio foi de R$ 41.443 nos casos em estágio inicial e de R$ 128.296 nos mais avançados da doença. Essa diferença evidencia o impacto do diagnóstico precoce não apenas na saúde das mulheres, mas também na sustentabilidade financeira do sistema de saúde.
“Na prática, quanto mais cedo o câncer é identificado, maiores são as chances de cura e menor é o impacto sobre a qualidade de vida. Casos detectados precocemente costumam exigir tratamentos menos agressivos, com menor tempo de duração e recuperação mais rápida. Já quando o diagnóstico ocorre tardiamente, o tratamento tende a ser mais longo, envolver múltiplas terapias e gerar custos muito mais altos”, explica Alexandre Vieira, Diretor Médico da Funcional.

Segundo ele, a detecção precoce do câncer de mama está diretamente relacionada à redução de complicações clínicas e à melhoria dos resultados. “Programas de rastreamento e acompanhamento contínuo não apenas salvam vidas, mas também reduzem o impacto econômico sobre o sistema de saúde. Um exame simples, como a mamografia, pode evitar tratamentos que chegam a R$128 mil. Além disso, permite que as pacientes mantenham qualidade de vida e continuidade no trabalho, evitando complicações que poderiam gerar afastamentos prolongados”, afirma o executivo.
Mamografia e nova recomendação do Ministério da Saúde
Em 23 de setembro de 2025, o Ministério da Saúde anunciou uma atualização nas diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo que mulheres entre 40 e 49 anos realizem mamografia mesmo sem sintomas, desde que a decisão seja tomada em conjunto com o médico. Antes dessa mudança, o rastreamento era recomendado rotineiramente apenas para mulheres de 50 a 69 anos. A ampliação do acesso busca identificar casos em estágios iniciais e aumentar as chances de sucesso do tratamento.
“Incentivar consultas de rotina, garantir o acesso a exames e promover o diagnóstico precoce são ações essenciais para salvar vidas e preservar a sustentabilidade do sistema de saúde. A data chama atenção para uma causa que deve ser permanente para ações que precisam estar no centro da estratégia de cuidado durante todo o ano”, conclui Alexandre.

