Alice amplia rastreamento de câncer de mama e colo do útero com IA
Apesar de o câncer de mama ser o tipo que mais mata mulheres no Brasil, com cerca de 19 mil mortes por ano, 40% das brasileiras em idade de rastreamento não estão com a mamografia em dia, segundo o Inca. Quando falamos do câncer de colo do útero, o cenário também é crítico: são aproximadamente 6 mil mortes anuais, em grande parte evitáveis com detecção precoce. Para enfrentar esse desafio, a Alice, plano de saúde para empresas, passou a usar inteligência artificial como copiloto de cuidado para localizar mulheres com exames preventivos atrasados e engajá-las ativamente no rastreamento.
A população elegível para a mamografia é de pessoas com mais de 40 anos que possuam mamas, mesmo sem sintomas ou sinais de câncer. “A IA identifica esse perfil e o primeiro passo é fazer um contato ativo para confirmar informações e verificar se há algum grau de risco. Nos casos complexos, como quando a pessoa já fez cirurgia ou possui nódulos, por exemplo, o agente encaminha para o atendimento humano”, explica Cesar Ferreira, líder médico de saúde digital na Alice.

Mas se a IA identifica um perfil sem riscos que aceita realizar o exame após as verificações, a tecnologia auxilia no agendamento do procedimento. “Além disso, o agente pode tirar dúvidas sobre como é feito o exame, quanto tempo demora, se dói e também sobre questões administrativas, sempre fundamentado em protocolos internacionais de saúde. O objetivo é eliminar ou encurtar distâncias burocráticas que podem impedir a pessoa de fazer a mamografia”, complementa o médico.
Até o fim do ano, o mesmo agente de IA será expandido para o rastreamento de câncer do colo do útero (com o exame Papanicolau, por exemplo). Diferente de modelos de IA voltados ao diagnóstico, a IA da Alice tem como papel ampliar o engajamento e tirar dúvidas comuns que podem ser barreiras para a execução.

“A IA não substitui o olhar humano do profissional de saúde. Ela amplia a nossa capacidade de cuidar. Em vez de analisar imagens ou emitir laudos, ela atua nos bastidores, identificando quem precisa de atenção e garantindo que o cuidado certo chegue na hora certa”, ressalta Cesar. “É um uso de tecnologia que tem propósito: trazer eficiência e precisão à prevenção, que ainda é o maior desafio da saúde no Brasil”, completa.
Entre as mais de 28 mil pessoas da população-alvo, aproximadamente 4 mil ainda não realizaram um dos exames preventivos previstos (14,3%), público que a IA agora ajuda a alcançar de forma personalizada e contínua.
Nas primeiras semanas de uso, a empresa observou taxas de engajamento superiores às registradas por lembretes automáticos no app, tradicionalmente na faixa de 20% a 30%. Isso porque, como foi mostrado, para além de lembrar de fazer o exame, a IA auxilia com o agendamento do exame, além de tirar dúvidas. Embora os dados ainda estejam em consolidação, a expectativa é de aumento expressivo na adesão aos exames de rastreamento.
Prevenção como pilar do modelo de cuidado
Segundo o Inca, o câncer de mama é o mais incidente entre mulheres no Brasil, e o câncer do colo do útero é o terceiro mais comum, apesar de quase totalmente evitável com rastreamento regular. Para a Alice, a tecnologia é um meio para fortalecer a coordenação de cuidado, princípio que norteia todo o seu modelo de saúde. “O verdadeiro avanço não está só em usar IA, mas em integrá-la a um modelo de cuidado que valoriza a prevenção e a continuidade. É isso que faz diferença nos desfechos de saúde das pessoas”, finaliza o médico.
Além da expansão para o rastreamento de câncer do colo do útero ainda neste ano, a Alice avalia novas aplicações da IA para acompanhamento de condições crônicas e adesão a planos de cuidado, fortalecendo a visão de saúde integral e preventiva.

