Medicina moderna: o futuro do pronto atendimento é digital

Por Gabriel Garcez

Não é segredo para ninguém que a medicina vive uma das maiores revoluções de sua história por meio da tecnologia. Porém, se antes a inovação estava muito mais conectada a novos equipamentos ou tratamentos, hoje ela extrapolou esse espaço redefinindo, inclusive, a forma de cuidar. Consultas online, pronto atendimentos virtuais e plataformas inteligentes já apontam para um futuro em que eficiência e proximidade caminham lado a lado. Com um preço médio seis vezes menor do que o atendimento físico e uma taxa de resolutividade na casa dos 90%, os pronto atendimentos digitais são uma alternativa para a tão desejada eficiência da saúde.

De 2020 a 2022 foram realizadas cerca de 11 milhões de consultas remotas apenas pelos planos de saúde, segundo a Fenasaúde; em 2023, o número saltou para 30 milhões, um aumento de 172%. Mesmo com o avanço promissor, ainda estamos longe de todo o potencial que o digital pode proporcionar. Na realidade, é fácil perceber que a saúde ainda tenta entender qual o melhor caminho para tornar a tecnologia a chave para uma medicina mais assertiva, eficiente e sustentável.

Obviamente não é simples encontrar uma resposta a esse dilema. Porém, os números acima confirmam o que muitos já previam: a tecnologia pode sim ajudar a resolver a maioria dos casos de baixa e média complexidade, liberando os locais físicos para situações realmente críticas. Mesmo assim, ainda existe um gap evidente entre o potencial e a realidade.

Ainda hoje o uso do pronto atendimento digital é, em média, quase dez vezes menor do que o atendimento presencial. Ou seja, mesmo com o atendimento digital sendo altamente eficaz e econômico, a maior parte da demanda permanece alocada no modelo físico. Para que os hospitais consigam se concentrar nas urgências de fato graves, é fundamental inverter essa lógica, fazendo com que os atendimentos digitais tenham incidência na mesma proporção das queixas de baixa e média complexidade.

Tal mudança exige uma combinação de fatores. Um ponto central, por exemplo, é mudar o comportamento do paciente. Precisamos ter em mente que ele só migra para um novo canal em duas ocasiões: quando “é obrigado” ou quando a experiência é claramente melhor. É nesse segundo momento que os players de saúde devem focar, evidenciando os diferentes benefícios do novo meio: menor tempo de espera, eliminação de deslocamentos, acesso de qualquer lugar, continuidade e vínculo com o profissional responsável, monitoramento remoto e encaminhamento já direcionado, se necessário. Quando as vantagens se tornam evidentes, o atendimento digital naturalmente será a prioridade.

Outro elemento condicional é a infraestrutura de suporte bem estabelecida. Sistemas de agendamento, prontuário eletrônico, integração entre níveis de atenção, regulação clara, capacitação profissional e garantia de segurança e privacidade de dados são alguns dos pontos que precisam acompanhar a expansão da telemedicina de perto. Sem uma base sólida, o risco é que o digital seja percebido como inferior ou inseguro, e a adesão fique restrita.

Hoje, já perceptível a convergência entre dois universos. Os gestores sabem que os atendimentos digitais representam eficiência, menores custos e alta resolutividade; enquanto os pacientes, por sua vez, começam a valorizar a conveniência e cada vez se mostram mais dispostos a priorizá-los.

O desafio agora é acelerar esse processo de digitalização, sem esquecer que os casos graves continuarão exigindo presencialidade, e liberar toda a capacidade dos prontos atendimentos físicos para onde eles realmente importam. O momento é de agir. Reforçar a cultura digital significa investir nos sistemas de apoio, regulamentar a telessaúde e mostrar ao público que a consulta online pode ser o caminho mais ágil, seguro e eficaz para a saúde moderna.


*Gabriel Garcez é Vice-Presidente de saúde física da Conexa.

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