Diagnóstico por imagem reforça tratamento personalizado do DCIS
Um estudo conduzido por médicos do Fleury Medicina e Saúde foi capa da revista científica RadioGraphics e aponta que o carcinoma ductal in situ (DCIS) – forma não invasiva de câncer de mama que responde por milhares de diagnósticos anuais em todo o mundo – não deve ser tratado como uma doença única, mas como um espectro de alterações biológicas que exigem estratégias personalizadas. Apesar de apresentar taxa de sobrevida superior a 98% em 10 anos, o DCIS ainda preocupa especialistas pelo risco de evolução para carcinoma invasivo, sobretudo em casos de baixo risco tratados de forma inadequada.
“O DCIS não é uma entidade única, mas sim um espectro de doenças com comportamentos biológicos distintos. Essa heterogeneidade exige uma abordagem personalizada, tanto no diagnóstico quanto no tratamento”, afirma Tatiana Tucunduva, radiologista mamária do Fleury Medicina e Saúde e líder do estudo.
A pesquisa detalha avanços em métodos de imagem, como mamografia digital, tomossíntese, ultrassonografia e ressonância magnética, que vêm refinando a detecção precoce e a caracterização das lesões. O trabalho também ressalta a importância dos biomarcadores moleculares para estratificação de risco e tomada de decisão clínica, além de abrir espaço para novas ferramentas de inteligência artificial. Modelos baseados em deep learning e radiômica já estão em desenvolvimento para prever o comportamento das lesões e reduzir tratamentos excessivos.
Outra frente em destaque é a dos ensaios clínicos prospectivos, como COMET, LORIS, LORD e LORETTA, que investigam a viabilidade da vigilância ativa em substituição ao tratamento padrão, que inclui cirurgia, radioterapia e terapia hormonal em mulheres com DCIS de baixo risco.
“Combinando os métodos de imagem, biologia molecular e inteligência artificial, permitem o exercício de uma medicina personalizada no enfrentamento do DCIS, equilibrando eficácia, segurança e qualidade de vida para as pacientes”, conclui Tatiana.