Mais de 80% dos hospitais privados dispõem de soluções de IA
Um levantamento inédito feito pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), em parceria com a Wolters Kluwer, revela a discrepância no cenário quando o tema é Inteligência Artificial (IA) e demais recursos tecnológicos na saúde no Brasil. De um lado, 82% das instituições já utilizam algum recurso ou solução de IA para práticas ou processos pré-estabelecidos. No entanto, 74% ainda se sentem pouco preparadas para as transformações da IA nas áreas clínicas nos próximos 2 anos. Incompatibilidade também em relação à telemedicina.
A pesquisa mostra que seu uso ainda se concentra principalmente no treinamento remoto da equipe clínica (59%) e na consulta a profissionais de outros hospitais (54%). Já o monitoramento e acompanhamento remoto de pacientes aparece em menor escala, é citado por apenas 23% dos respondentes. O atendimento primário via teleconsultas ficou em 16,67%. A “Pesquisa sobre qualidade, segurança do paciente e a importância das ferramentas de suporte à decisão clínica” foi respondida por 102 hospitais associados à Anahp, das 5 regiões do país, entre os dias 9 de maio e 10 de junho deste ano.
A qualidade dos médicos recém-formados também foi abordada e apontada como uma das principais preocupações pelas instituições (95,1%), assim como o desafio de alinhar as expectativas desses profissionais à realidade do dia a dia da prática clínica (84,3%).
“Precisávamos saber de maneira efetiva sobre o cenário dos avanços tecnológicos na saúde e temos agora uma radiografia que nos anima, nos preocupa e sinaliza falta de maturidade, já que os números ora são muito bons, ora são muitos ruins. Temos percentuais muito parecidos – como o de 82% das instituições já utilizarem algo ligado à IA e, quase as mesmas, 74% dizendo que se sentem pouco preparadas. Baixo uso da telemedicina em prol dos pacientes e uma preocupação elevadíssima com a qualidade dos médicos recém-formados também foram apontados”, afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.
Especificamente sobre o uso IA nas instituições, foram apontados: auxílio no diagnóstico (47%), auxílio no processo de decisão clínica (46%), auxílio na análise de exames por imagem (41%), processos administrativos e de backoffice (36%), triagem e correção de dados do prontuário eletrônico (36%), além de outras aplicações. Mas a pesquisa também apontou que a adoção de novas tecnologias é percebida pela equipe clínica com grau moderado de aceitação para 62,75%.
Apesar das operadoras de saúde apontarem este ano uma considerável melhora econômica, este levantamento também apontou que os principais desafios dos hospitais nos próximos três anos em relação à qualidade do atendimento e segurança do paciente está o equilíbrio entre custos e qualidade do cuidado.