Einstein dá início a projeto que amplia acesso à saúde de populações indígenas
O Einstein deu início a um projeto de melhoria de processos assistenciais e de gestão em serviços que atendem populações indígenas. Nomeada “Jornada Materno Infantil e Prevenção do Câncer do Colo do Útero”, a iniciativa é vinculada à Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) e realizada por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde.
O objetivo é contribuir com a prevenção e manejo de problemas de saúde que acometem mulheres, incluindo gestante e puérperas, e crianças. No eixo de saúde da mulher, o foco será na prevenção e tratamento de lesões precursoras do câncer do colo do útero; no de saúde materna, a atenção será voltada à redução de complicações durante e após o período gestacional; e no de saúde infantil, a prioridade será a assistência integral à saúde das crianças, desde o período neonatal até o primeiro ano de vida.
O projeto, iniciado em junho, conta com ações voltadas à melhoria da gestão, educação, letramento e interculturalidade na saúde indígena (conceito que promove políticas e práticas que estimulam a interação, compreensão e o respeito entre as diferentes culturas e grupos étnicos), bem como avaliação de processos assistenciais e linhas de cuidado. A equipe do projeto atuará em conjunto com profissionais da rede de atenção à saúde que atendem em Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) localizados nos Estados do Pará e Mato Grosso.
Sidney Klajner, presidente do Einstein, destaca que a organização está cada vez mais envolvida em iniciativas que buscam impactar positivamente a saúde indígena, em linha com seu propósito de entregar vidas mais saudáveis para um número cada vez maior de seres humanos, promovendo a equidade em saúde. “No último ano, demos início, também via Proadi-SUS, ao VIGIAMBSI (Vigilância Ambiental e Saúde Indígena), um projeto que busca desenvolver uma plataforma para integrar dados sobre saneamento, qualidade da água e saúde nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas do país”, relembra.
Agora, com a “Jornada Materno Infantil e Prevenção do Câncer do Colo do Útero”, o foco será aprimorar, a partir de um diagnóstico situacional, processos e a articulação entre os diferentes níveis de saúde para facilitar o acesso e melhorar o atendimento às mulheres e crianças indígenas. “Existem, hoje, indicadores críticos relacionados à saúde dos povos originários, como o baixo índice de rastreamento do câncer do colo do útero, o que contribui para uma maior taxa de letalidade da doença; baixa adesão ao acompanhamento pré-natal ou início tardio do cuidado; atraso no manejo de complicações e situações de risco, o que se reflete em uma elevada taxa de mortalidade materna e infantil, entre outros”, afirma. “Por meio da colaboração entre SESAI, DSEI, lideranças de comunidades indígenas e equipe técnica do Einstein, o projeto tem o potencial de aprimorar o planejamento de ações e políticas públicas de saúde para melhorar esse cenário”, conclui.
A iniciativa visa ainda discutir e sanar questões sensíveis, como o racismo e o preconceito contra os profissionais de saúde indígena, a partir da promoção de um ambiente de respeito e integração entre as equipes de saúde e as comunidades atendidas, garantindo o cuidado integral, equânime e intercultural.
A fase atual do projeto, que envolve o diagnóstico situacional e o desenho colaborativo de um plano de ação, tem previsão de conclusão ainda este ano. Em seguida o projeto contará com sessões de imersão e disseminação de conhecimento, visitas técnicas, coleta e análise de indicadores. A conclusão está prevista dezembro de 2026.