Investir em equipamentos próprios pode triplicar o retorno líquido de clínicas

A decisão entre financiar ou adquirir diretamente um equipamento de alto valor altera significativamente o desempenho financeiro de clínicas. De acordo com simulação realizada por Wanessa Guimarães, planejadora financeira CFP® pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), clínicas que utilizam recursos próprios alcançam retorno líquido de R$ 630 mil em cinco anos. Já aquelas que optam pelo financiamento acumulam cerca de R$ 207 mil no mesmo período. A diferença de R$ 423 mil demonstra o peso da escolha na construção de um negócio financeiramente sustentável.

Em segmentos com forte sazonalidade e margens sensíveis à demanda, essa diferença pode representar a possibilidade de reinvestir em estrutura, atrair profissionais qualificados ou suportar ciclos econômicos adversos com mais solidez. O impacto direto sobre o caixa também afeta a capacidade de resposta da clínica, que depende de liquidez para tomar decisões estratégicas em momentos de expansão, crise ou inovação. Manter o controle sobre os recursos disponíveis torna-se uma vantagem competitiva relevante.

A análise considera um cenário objetivo: um equipamento de R$ 500 mil, capaz de gerar receita mensal de R$ 40 mil, com despesas operacionais de R$ 25 mil. O lucro líquido estimado gira em torno de R$ 15 mil. Na compra com recursos próprios, o retorno ocorre em 33 meses. Quando se aplica o rendimento de 0,9% ao mês que esse capital poderia gerar em uma aplicação conservadora, o prazo se estende a 47 meses. Ainda assim, o desempenho supera o retorno obtido no modelo financiado em quatro anos.

Wanessa Guimarães, planejadora financeira CFP® pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro

Com taxa mensal de 1,5% em 48 parcelas, a prestação reduz drasticamente o lucro nos primeiros anos, limitando a margem líquida a R$ 572 por mês. Apenas após a quitação, no quinto ano, o ganho volta ao patamar inicial. “O financiamento consome boa parte da receita operacional, limitando o crescimento e aumentando o risco de comprometimento do caixa em caso de sazonalidade ou instabilidade econômica”, afirma Guimarães. A diferença acumulada ao longo do período demonstra como o custo do crédito impacta diretamente a eficiência financeira.

Mesmo quando se considera o rendimento perdido pelo uso do capital próprio, o modelo de compra à vista ainda oferece retorno três vezes maior. Para a especialista, os dados deixam clara a relevância do planejamento financeiro. “A diferença entre os dois modelos ilustra o poder da decisão bem planejada. Os números falam por si quando se analisa com clareza o impacto de cada escolha sobre o patrimônio da clínica”, avalia a planejadora. Escolhas com base técnica produzem resultados mais consistentes no longo prazo.

Além do ganho superior, o modelo à vista preserva o fluxo de caixa desde o início da operação. A ausência de parcelas permite manter o lucro líquido elevado e garante margem de manobra para absorver oscilações, reinvestir em melhorias ou lidar com períodos de menor movimento. Clínicas que mantêm esse tipo de equilíbrio financeiro operam com maior tranquilidade e conseguem crescer de forma estruturada, sem recorrer a endividamentos adicionais.

A opção por financiamento só se justifica em casos muito específicos, como ausência completa de capital sem comprometimento das operações ou retorno imediato e comprovado com o novo equipamento. Guimarães aponta que é necessário avaliar o histórico de agendamentos, a consistência da demanda e o potencial real de monetização. Sem dados claros, a operação pode comprometer mais do que beneficiar. Cada decisão deve considerar os limites da clínica e sua capacidade de gerar resultado com o ativo adquirido.

O risco de subutilização também precisa ser levado em conta. Equipamentos parados ou usados de forma irregular representam capital imobilizado, comprometendo o giro e a liquidez. “É necessário garantir demanda mínima, consistência nos atendimentos e um modelo de negócio preparado para absorver o investimento. Caso contrário, o equipamento deixa de agregar valor e passa a travar a operação”, alerta a especialista. Clareza comercial e planejamento de uso são condições fundamentais para retorno eficiente.

Outro fator que impacta a decisão é a velocidade da inovação tecnológica. Em setores com evolução acelerada, a obsolescência reduz o ciclo de aproveitamento do equipamento, afetando diretamente o retorno financeiro. A impulsividade, segundo a planejadora, pode transformar uma compra estratégica em passivo. “A melhor decisão nasce de números bem avaliados, projeções realistas e clareza sobre os objetivos. Planejar significa escolher com consciência, não com pressa ou otimismo excessivo”, conclui Guimarães.

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