IA na medicina é sinergia entre máquina e olhar humano

Por Antonio Carlos Endrigo

A Inteligência Artificial tem demonstrado avanços notáveis, especialmente em especialidades como a radiologia. A mamografia, por exemplo, é feita não porque a mulher sente algo, mas por prevenção. Espera-se que a maioria dos exames seja normal.

De fato, cerca de 91% das mamografias não apresentam anormalidades, enquanto apenas 9% indicam necessidade de investigação mais detalhada, como biópsias ou cirurgias.

Nesse contexto, a IA se mostra uma ferramenta valiosa para aumentar a eficiência médica. Ao examinar centenas de mamografias, o médico pode facilmente se distrair ou cometer erros ao buscar os 9% que realmente exigem atenção. A IA, por sua vez, processa vastas quantidades de imagens — normais e anormais — com rapidez e precisão.

Um supercomputador analisa imagens com velocidade, comparando padrões normais e não normais. Isso reduz a fadiga humana e foca a atenção nos casos críticos.

Essa aplicação se estende a diversos outros exames de imagem, como tomografias, ressonâncias e radiografias.

A experiência médica é aliada da IA

A amigdalite, por exemplo, o diagnóstico é direto:

É fácil identificar uma amigdalite. Um estudante de medicina vê as placas de pus e já sabe o que fazer.

O tratamento segue um protocolo claro, sem muitas variações. Mas o cenário muda em doenças como a depressão: O computador não consegue identificar depressão facilmente. Isso depende muito da análise do médico.

Há ainda doenças cujo caminho diagnóstico não é bem definido, ou que envolvem variabilidade genética. Nestes casos, a experiência médica é insubstituível.

As vezes, a medicina ainda não tem clareza sobre o melhor tratamento, ou há muitas variáveis genéticas. Aí entra a intuição e o conhecimento do médico.”

É justamente nessas situações que a IA pode expandir as possibilidades de diagnóstico.

A inteligência artificial oferece um leque muito amplo. O médico experiente consegue filtrar essas opções com discernimento. Sem IA, ele pode deixar passar doenças que nunca estudou.

A sabedoria clínica e o olhar humano seguem essenciais, com a IA atuando como complemento estratégico. Muitos médicos não estão preparados para usar essas ferramentas.

É importante ressaltar que a prática médica exige investigação minuciosa de sinais e sintomas. Médicos experientes extraem mais das consultas, enquanto profissionais menos preparados podem se apoiar excessivamente em exames, sem dominar sua interpretação.

Se a IA recebe poucas informações, pode sugerir uma conduta equivocada. O médico precisa saber interpretar os resultados.

A precisão da IA depende da qualidade dos dados inseridos e da competência do profissional em contextualizá-los.

Sempre é importante lembrar que a tecnologia existe para otimizar o tempo e fazer com que o profissional de saúde tenha mais tempo para o que é mais importante: a atenção ao paciente.


*Antonio Carlos Endrigo é diretor de Tecnologia da Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) e presidente da Comissão de Saúde Digital da Associação Médica Brasileira (AMB).

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