CFM publica nota de repúdio ao programa Future-se, do MEC
Por flexibilizar as regras de revalidação de diploma de medicina no país, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou ontem (1) nota de repúdio ao Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras, o FUTURE-SE, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) em 17 de julho. Segundo o CFM, o programa flexibiliza o reconhecimento de diplomas estrangeiros em instituições de ensino público ou privado, com o uso de termos vagos que abrem uma infinidade de possibilidades, sem nenhum tipo de critério.
“Se implementada, essa intenção significará o reinício da corrida dos grandes grupos educacionais do País para a imediata abertura de novas escolas, com mensalidades absurdamente altas, em cidades sem docentes qualificados em número suficiente, além de não terem a infraestrutura em atenção básica ou hospitalar para o processo de ensino-aprendizado necessário à boa formação médica”, pontuou.
No documento, o CFM afirma esperar que o MEC reveja o teor do projeto, ainda em consulta pública, “mantendo-se alinhado com a postura adotada pelo presidente Jair Bolsonaro, que é favorável ao REVALIDA obrigatório e à não abertura desenfreada de escolas médicas”.
Para o Conselho, as propostas são piores do que as políticas adotadas pelo MEC no governo do PT e são contrárias às promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro, que garantiu defender a obrigatoriedade do REVALIDA para todos os médicos brasileiros e estrangeiros formados no exterior que queiram convalidar seus diplomas para poderem exercer a medicina de forma plena em território nacional.