Busca por tratamentos de reprodução assistida em alta
Dados do Grupo Fleury mostram um crescimento expressivo na busca por tratamentos de reprodução assistida na marca Fleury Fertilidade. Entre 2022 e 2024, o número de embriões congelados aumentou 194,2% – com 67% de aumento de 2023 para 2024. De acordo com os dados, de 2022 para 2024 houve um salto de 136,3% nos procedimentos realizados (captação e transferência) – um crescimento de 70,6% entre 2023 e 2024.
O levantamento também mostra aumento na preservação da fertilidade, refletindo um movimento crescente entre mulheres que desejam adiar a maternidade sem renunciar à possibilidade de gestar no futuro. A prática do congelamento de óvulos cresceu 51,4% entre 2023 e 2024. Já o número de óvulos efetivamente congelados apresentou crescimento de 71,3% em apenas 12 meses – tendo aumentado 169,5% entre 2022 e 2024.
Outro dado relevante diz respeito à oncofertilidade, área dedicada à preservação da fertilidade em pessoas com câncer. O número de pacientes atendidas cresceu 7,1% entre 2023 e 2024 e, na comparação com 2022, o aumento é ainda mais expressivo, com 36,4%.
Dentre os procedimentos de captação de óvulos, o tratamento mais procurado, é o de fertilização in vitro (FIV) (60%), seguido do congelamento de óvulos (40%). Das mulheres que fizeram FIV, cerca de 70% são pacientes com mais de 36 anos, e das que realizaram o procedimento de congelamento de óvulos 50% têm mais de 36 anos.

“O avanço reflete tanto a maior conscientização sobre a fertilidade quanto a evolução das técnicas de reprodução humana assistida. É importante diferenciar o congelamento de embriões do congelamento de óvulos. O primeiro caso acontece após a fertilização dos óvulos em laboratório e costuma apresentar taxas de sucesso mais altas nos tratamentos de reprodução assistida. No entanto, envolve decisões compartilhadas e pode levantar questões éticas e jurídicas sobre o destino desses embriões, especialmente em casos de separação ou falecimento. Já o congelamento de óvulos é uma alternativa cada vez mais buscada por mulheres que desejam preservar sua fertilidade com autonomia, sem a necessidade de um parceiro naquele momento”, explica Daniel Suslik Zylbersztejn, coordenador médico do Fleury Fertilidade e PhD em Reprodução Humana.
Em linha com a incorporação de inovações em medicina reprodutiva, o Fleury Fertilidade passou a utilizar duas ferramentas de inteligência artificial que ampliam a precisão e o potencial de sucesso dos tratamentos. Desde janeiro, está em operação um software com tecnologia que analisa o desenvolvimento dos embriões e os ranqueia de acordo com seu potencial de implantação e chance de gravidez, oferecendo aos pacientes uma tomada de decisão mais embasada. E, também, há uma ferramenta baseada em IA que é voltada para pacientes que desejam congelar óvulos. A partir da morfologia dos óvulos coletados, o sistema estima aquele com maior chance de chegar ao estágio de blastocisto — fase mais avançada do desenvolvimento embrionário — além de prever as probabilidades de gravidez e de nascimento com vida.
De acordo com o Fleury, o mercado de Reprodução Humana ganhará ainda mais notoriedade, visto que a taxa de crescimento anual composta (CAGR) é de 5% ao ano em volume de procedimentos, e o setor já movimenta aproximadamente R$ 2,7 bilhões no Brasil, segundo estimativas internas da companhia, a maior parte do mercado concentrado no estado de São Paulo.
Como investigar a infertilidade?
Estudos da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) mostram que cerca de 30% das causas de infertilidade estão relacionadas a fatores femininos e 30% estão associadas à causa masculina. Outros 40% estão ligados à infertilidade combinada do casal. “Estatisticamente, as causas da infertilidade podem ser igualmente femininas ou masculinas, o que varia são as predisposições genéticas, idade biológica e fatores externos que podem ter causado a incapacidade de ter filhos. Tradicionalmente a mulher acaba sendo mais bem avaliada que o homem referente as causas de infertilidade, muito por questão cultural de cuidado à saúde, por isso temos a sensação de que os problemas reprodutivos residem mais frequentemente no sexo feminino”, explica Zylbersztejn.
Para as mulheres, as principais causas da infertilidade podem ser a síndrome dos ovários policísticos, endometriose, problemas nas trompas uterinas e o avanço da idade. Já para os homens, os fatores estão relacionados à baixa produção de espermatozoides ou alterações devido a varizes nos testículos (varicocele), obesidade, tabagismo e uso de anabolizantes. “O diagnóstico de infertilidade não é uma sentença. Quanto antes as causas forem investigadas, mais chances existem de realizar o sonho da gravidez”, ressalta o médico.
A investigação deve começar pelo agendamento de consulta com um especialista em reprodução humana. No primeiro momento, é feita a avaliação do histórico dos pacientes. Em seguida, é realizado exames físicos e solicitado vários exames complementares para a averiguação do potencial de fertilidade. “Com os resultados dos exames é possível saber a causa da infertilidade e indicar o melhor tratamento, que pode ser desde a mudança de estilo de vida, cirurgia de correção de varicocele, cirurgia de endometriose, tratamentos hormonais, coito programado, inseminação artificial, fertilização in vitro, entre outros”, completa Zylbersztejn.