Fake news dificulta o diagnóstico e tratamento do câncer de mama

A detecção precoce do câncer de mama por meio da mamografia e as estratégias para o tratamento individualizado, orientadas a partir da biópsia, ampliam significativamente as chances de cura. No entanto, a desinformação, propagada principalmente por fake news que circulam nas redes sociais, têm desencorajado a realização dos exames preventivos e, consequentemente, ampliado o número de óbitos pela doença que é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres brasileiras.

“Muitas mulheres têm deixado de realizar a mamografia por receios infundados, seja por medo da dor, da radiação ou infelizmente por causa de fake news que circulam nas plataformas das redes sociais”, afirma a mastologista Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos, secretária-adjunta da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Estudo conduzido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) revela que nas redes sociais as mentiras se espalham dez vezes mais rapidamente que a verdade. Segundo a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), atualmente a desinformação representa o principal risco global para o enfrentamento de crises, nas quais se incluem as mudanças climáticas e também a saúde das populações.

De acordo com Annamaria Massahud, uma fake news comumente divulgada diz respeito à radiação emitida pelo exame de mamografia. “Vale esclarecer que a radiação mamográfica é muito baixa e segura. Para efeito de comparação, é semelhante à radiação natural que recebemos ao viver de um a dois meses em uma cidade grande”, diz. Sobre o desconforto durante o exame, relatado por algumas mulheres e amplificado pelas redes sociais, a mastologista afirma que esta é uma condição suportável que pode ser minimizada com as técnicas adequadas, inclusive com o uso de medicação antes da realização do exame.

Outro mito particularmente perigoso, que a representante da SBM considera importante ser desmentido, é sobre a fake news de que “biópsias espalham câncer”. A especialista ressalta que a informação não tem qualquer respaldo científico. “A biópsia é um procedimento de diagnóstico seguro e necessário para a descoberta da doença e o tratamento adequado. E não interfere negativamente na evolução da doença. Ao contrário, é fundamental para definir o melhor caminho do tratamento para cada paciente.”

Além do combate à desinformação “como forma de salvar vidas”, Annamaria Massahud reforça a necessidade de mudanças de estratégia por parte do Ministério da Saúde no rastreamento mamográfico e no tratamento da doença no País. Estudo realizado pela SBM em conjunto com o Centro Avançado de Diagnóstico de Doenças da Mama (CORA) da Universidade Federal de Goiás, que ganhou destaque na última reunião anual da ASCO (American Society of Clinical Oncology), analisou dados extraídos de bancos de dados do Sistema Único de Saúde (DataSUS) no período de 2013 a 2022.

O levantamento revela que entre mulheres com 40 a 49 anos, faixa etária para a qual a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda o início do rastreamento mamográfico, a média de exames realizados chegou a 22% em uma década. No mesmo período analisado, 54% dos casos diagnosticados são dos estágios III e IV, os mais avançados da doença. O estudo também traz dados sobre mulheres de 50 a 69 anos, faixa que o Ministério da Saúde prioriza para a realização da mamografia. Neste grupo, 33% estão incluídas no rastreamento mamográfico, com 48% dos diagnósticos nos estágios III e IV. No grupo de mulheres com 70 anos ou mais, o total de mamografias realizadas chega a 10%, com 49% de casos avançados da doença.

“A ciência não é estática. Evolui, se refina e se transforma à medida que novas tecnologias e conhecimentos surgem. E hoje sabemos com clareza que a mamografia é uma ferramenta absolutamente essencial no enfrentamento do câncer de mama”, destaca a secretária-adjunta da SBM. “Divulgar informações corretas, baseadas em ciência, é uma forma de transformar o medo em prevenção, e a dúvida, em cuidado”, conclui.

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