Consórcio une farmacêuticas para ampliar diagnóstico do câncer de pulmão no Brasil
As farmacêuticas AstraZeneca e Pfizer renovam sua parceria para a edição 2025 do programa Lung Mapping, que tem o objetivo de fomentar e ampliar o acesso ao diagnóstico molecular do câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) nos sistemas público e privado, considerando pacientes com tumores do subtipo não escamoso, em estágio avançado ou metastático, que não tenham participado previamente de programas de testagem.
A identificação de subtipos específicos dos tumores de pulmão, investigando especialmente a possível existência de mutações específicas associadas à doença, é fundamental para definir o tratamento mais adequado para cada paciente, de modo que arealização da testagem molecular é recomendada por diretrizes internacionais, tais como a National Comprehensive Cancer Network (NCCN), European Society for Medical Oncology (ESMO) e a diretriz conjunta da The College of American Pathologists (CAP), The International Association for the Study of Lung Cancer (IASLC) e The Association for Molecular Pathology (AMP).
Criado em 2019, o projeto Lung Mapping oferece gratuitamente, aos pacientes elegíveis, os exames para detectar o perfil molecular do tumor, por meio de um painel genético expandido com 523 tipos de genes a serem testados, o Oncofoco 500, além da imuno-histoquímica do PD-L. Os testes são realizados pela Genesis, uma joint venture entre Fleury e Hospital Israelita Albert Einstein.
Desde o seu lançamento, o Lung Mapping já beneficiou milhares de pacientes nas diferentes regiões do Brasil. O pedido para a realização do teste genético deve ser realizado exclusivamente por médicos especialistas, por meio do Programa ID, da AstraZeneca, ou do Cuidar Mais Diagnóstico de Precisão, da Pfizer Brasil.
Segundo a diretora médica executiva da AstraZeneca, Karina Fontão, a possibilidade de perceber o real impacto da iniciativa na vida dos pacientes e no sistema de saúde é o que motiva a presença da companhia no projeto desde o seu início, reforçando o compromisso da AstraZeneca em tornar o câncer de pulmão uma doença menos letal. “Estamos comprometidos com toda a jornada dos pacientes com câncer de pulmão, não somente colocando esforços no desenvolvimento de novos medicamentos e promovendo iniciativas de rastreamento para diagnóstico precoce, mas também investindo, pelo sexto ano consecutivo, na pareceria Lung Mapping, pois temos a convicção que um diagnóstico assertivo, por meio da testagem molecular, pode transformar o futuro dos pacientes, sendo crucial para melhor definição de tratamento”, afirma a executiva.
Para Adriana Ribeiro, diretora médica executiva da Pfizer Brasil, os progressos no conhecimento sobre as mutações do câncer de pulmão têm transformado o combate à doença. “Até o começo da década passada faltavam alternativas para tratar alguns subtipos do tumor. Mas, nos últimos anos, com a identificação de dezenas de biomarcadores, surgiram medicamentos direcionados para a doença de cada paciente, as terapias-alvo, o que aumenta as chances de sucesso no tratamento e a expectativa de que os pacientes com câncer de pulmão possam viver mais e melhor, com qualidade de vida”, comenta. “Para poder proporcionar esses avanços, contudo, primeiro é preciso obter o diagnóstico preciso do tumor. Por isso, a Pfizer está comprometida com o Lung Mapping desde o início do projeto, em 2019, enquanto continua a avançar na Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de inovações que melhorem o prognóstico desses pacientes”, complementa a médica.
Uma doença desafiadora
O câncer de pulmão constitui um grande desafio de saúde pública: é a principal causa de mortes relacionadas ao câncer em todo o mundo, sendo responsável pelas maiores taxas de mortalidade entre homens e mulheres. No Brasil, para cada ano do triênio 2023-2025, são esperados 32 mil novos casos da neoplasia e a doença está entre os tipos de tumor de maior impacto na população brasileira.
Com grande parte dos casos de câncer de pulmão diagnosticados tardiamente no Brasil, a taxa de sobrevida desses pacientes em cinco anos é de apenas 18%. Os dados apontam que 16% desses tumores são identificados em estágio inicial, quando a taxa de sobrevida em cinco anos chega a 56%.
A doença pode se apresentar em duas formas principais, cada uma com características próprias de tratamento: tumores de células pequenas (CPPC) e de não pequenas células (CPNPC) – categoria que corresponde a cerca de 85% dos casos – 25% dos pacientes apresentam a mutação do EGFR e até 11,6% dos pacientes apresentam translocação de ALK.