Huna recebe aporte de US$ 1,5 milhão para plataforma “multi-câncer”
A Huna, deeptech especializada em inteligência artificial aplicada a exames de sangue, acaba de receber um aporte de US$ 1,5 milhão em uma extensão da rodada pré-seed, liderada pela Kortex Ventures. A rodada também contou com a participação dos fundos big_bets, Niu Ventures, New Ventures Capital e investidores-anjo estratégicos, como médicos americanos e o empreendedor Bebeto Nogueira, scout da a16z no Brasil.
O aporte será usado para ampliar a oferta das tecnologias já validadas e acelerar a expansão do portfólio de pesquisa, com foco na construção de uma plataforma “multi-câncer”. A prioridade é desenvolver algoritmos para os principais tipos de câncer recomendados para rastreamento populacional – como mama, colorretal, pulmão, próstata e colo de útero, além de aumentar a capacidade de processamento de dados de diferentes parceiros do sistema de saúde.
“Mostramos que é possível transformar um exame simples e acessível em uma ferramenta poderosa para acelerar o diagnóstico de câncer. Os dados sanguíneos podem ser o melhor vetor para escalar tecnologias que ampliem o acesso ao cuidado, respeitando as particularidades de cada sistema de saúde e as necessidades dos pacientes”, Vinicius Ribeiro, CEO da Huna.

ASCO
A empresa também teve dois trabalhos aprovados para apresentação durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla em inglês), o principal evento do mundo sobre câncer.
Os trabalhos apresentam resultados promissores na aplicação de IA para ajuda na detecção precoce dos cânceres de colo de útero e colorretal — dois dos tipos mais comuns na população brasileira, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O de colo de útero é o terceiro mais comum entre mulheres, enquanto o colorretal figura entre os mais frequentes em ambos os sexos e é o terceiro mais letal.
Para os estudos, a Huna analisou cerca de 350 mil hemogramas, aplicando IA para identificar padrões biológicos associados ao risco de câncer. “O uso de inteligência artificial em exames de sangue nos permite identificar padrões complexos nas células sanguíneas com muito mais assertividade”, destaca Daniella Araújo, PhD em IA e Cofundadora da Huna.
Ela reforça que a tecnologia não substitui exames tradicionais, mas funciona como uma ferramenta de triagem inteligente, ajudando a priorizar quem mais precisa ser encaminhado para o exame de rastreamento pertinente.