O uso da tecnologia no acompanhamento e monitoramento do autismo
Nos últimos anos, a tecnologia tem se mostrado uma grande aliada no acompanhamento e monitoramento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), oferecendo novas perspectivas para a intervenção, comunicação e acompanhamento do desenvolvimento de pessoas com o transtorno. Ferramentas inovadoras, como aplicativos de comunicação, dispositivos vestíveis e realidade virtual, estão transformando como crianças e adultos com TEA são assistidos em terapias e no cotidiano.
A comunicação é uma das áreas mais desafiadoras para muitos indivíduos com TEA, já que a dificuldade de interação verbal pode gerar frustrações tanto para eles quanto para suas famílias. Nesse contexto, aplicativos de comunicação alternativa e aumentativa (CAA) têm sido uma solução eficaz. Esses aplicativos permitem que a pessoa com TEA se comunique por meio de símbolos e imagens (pictogramas), facilitando a expressão de sentimentos e necessidades. A utilização dessa tecnologia tem mostrado resultados positivos, ampliando as possibilidades de interação e promovendo mais autonomia no dia a dia.
Para o psicólogo Fábio Coelho, especialista em Transtorno do Espectro Autista e sócio-diretor da Academia do Autismo, o uso de tecnologia no acompanhamento do TEA é um avanço significativo: “A comunicação é fundamental para a integração social e emocional de pessoas com TEA. Aplicativos que possibilitam essa troca são essenciais, pois promovem a autonomia e reduzem frustrações”.
Além disso, o avanço das terapias digitais tem contribuído para o desenvolvimento de habilidades sociais e comportamentais. Programas que utilizam robôs para simular interações sociais estão ajudando a ensinar comportamentos apropriados e a promover o aprendizado de forma mais lúdica e atraente para as crianças com TEA. Essa abordagem inovadora tem se mostrado eficaz, pois os robôs não apenas replicam interações humanas, mas também oferecem um ambiente seguro para o treinamento de habilidades sociais.
Esse monitoramento contínuo oferece uma visão mais detalhada e precisa das pessoas com TEA, permitindo ajustes rápidos e mais eficazes no acompanhamento, mas Fábio alerta que não devem substituir um profissional capacitado. “Essas tecnologias contribuem para que o cuidado seja mais adaptado às necessidades do indivíduo, mas devem ser vistas como complementos às abordagens terapêuticas tradicionais, sempre com o devido acompanhamento de profissionais especializados. A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa quando usada de forma integrada e complementar ao acompanhamento convencional. O olhar atento de terapeutas, pais e educadores é fundamental para que essas inovações realmente cumpram seu papel de transformação”, diz.
A combinação de tecnologia e acompanhamento humano está criando um cenário promissor para o cuidado de pessoas com TEA, tornando a jornada mais acessível, personalizada e, acima de tudo, mais eficaz. Com o avanço contínuo dessas inovações, espera-se que mais famílias e profissionais de saúde possam contar com ferramentas cada vez mais avançadas para proporcionar uma vida melhor a esses indivíduos.