Dengue: desafio para o sistema de saúde e a segurança do paciente

Por José Branco

A dengue é um problema de saúde pública que desafia os sistemas de saúde em diversas regiões do mundo, especialmente em países tropicais como o Brasil . Com quatro sorotipos identificados: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A infecção pelo DENV-3 tem se mostrado particularmente preocupante, não apenas pela gravidade dos casos, mas também pelo impacto direto na gestão hospitalar e na segurança dos pacientes.

O vírus DENV-3 ganhou destaque ao provocar grandes surtos e, quando reintroduzido em regiões onde há baixa circulação anterior, tende a gerar manifestações clínicas mais intensas. Para o sistema de saúde, isso significa um aumento expressivo na demanda por atendimento, ocupação hospitalar e risco de desassistência. A alta incidência pode resultar em sobrecarga dos serviços de urgência e emergência, além de pressão sobre leitos de internação e unidade de terapia intensiva.

O manejo clínico dos casos de dengue Tipo 3 exige atenção redobrada por parte dos profissionais, especialmente diante da possibilidade de evolução para quadros graves, como a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue. Nesse contexto, a segurança do paciente torna-se um aspecto crucial. A rápida identificação de sinais de agravamento e a implementação de protocolos clínicos adequados são fundamentais para garantir desfechos positivos e evitar danos evitáveis.

No entanto, a sobrecarga do sistema pode prejudicar justamente essa capacidade de resposta. Profissionais sobrecarregados, infraestrutura comprometida e escassez de recursos afetam diretamente a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes, ampliando os riscos de eventos adversos e falhas no monitoramento contínuo. O fluxo adequado de informações e a integração entre equipes assistenciais e gestores tornam-se essenciais para manter a eficiência e a segurança durante períodos críticos.

Além disso, é fundamental reforçar a prevenção, tanto no combate ao vetor quanto na educação da população sobre sinais e sintomas precoces da doença. Um dos principais avanços na prevenção da dengue foi a introdução da vacinação, ainda que sua aplicação seja limitada a faixas etárias específicas. Atualmente, a imunização está disponível para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária considerada de maior risco. No entanto, a indisponibilidade da vacina para todas as idades reforça a necessidade de estratégias complementares, como a vigilância epidemiológica robusta e campanhas educativas contínuas, para mitigar o impacto dos surtos e evitar colapsos no sistema de saúde.

Por fim, a gestão hospitalar deve investir em protocolos que garantam a pronta identificação dos casos graves e a rápida estabilização dos pacientes, visando reduzir a mortalidade e preservar a integridade dos processos assistenciais. A experiência com o sorotipo DENV-3 revela a importância de uma abordagem integrada e coordenada, que priorize tanto a resposta imediata quanto o fortalecimento da estrutura de saúde para enfrentar futuras epidemias.


*José Branco é Presidente na Sociedade Médica de Oxigenoterapia Hiperbárica, faz parte da Direção Executiva do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, atua como Diretor Técnico do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e é Diretor Médico da CLOUDSAÚDE.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.