Maior parte dos novos casos de câncer em 2025 deve acometer mulheres
A maior parte dos novos casos de câncer esperados para 2025 deve acometer mulheres, de acordo com as projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Para cada ano do triênio 2023-2025 estão previstos 244 mil casos novos de câncer na população feminina, ante 239 mil entre os homens. Embora os tumores de mama ainda liderem as taxas de incidência e mortalidade entre elas, o cenário do câncer colorretal (intestino) chama a atenção: atualmente, esse tipo de tumor é o segundo mais comum entre as brasileiras.
Os dados nacionais também apontam que as mulheres superam os homens nos novos casos esperados de câncer de intestino: estão previstos 23.660 diagnósticos por ano na população feminina de 2023 a 2025, ante 21.970 no grupo masculino. “Em fevereiro, quando celebramos o Dia Mundial de Combate ao Câncer, temos uma boa oportunidade de reforçar a conscientização sobre tumores menos discutidos entre as mulheres, muitas vezes envoltos em uma série de tabus, como o câncer colorretal”, diz a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.
Um recorte inédito da pesquisa A Mulher perante o Câncer, realizada pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da Pfizer, evidencia o desconhecimento das mulheres em relação ao câncer colorretal. A maioria das entrevistadas (51%) desconhece a possibilidade de prevenir a doença, medida que inclui a realização do exame de colonoscopia para identificar lesões que, no futuro, poderiam se transformar em câncer – como alguns tipos de pólipos.
Diferentes sociedades médicas, tais como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBPC), recomendam o rastreamento por meio da colonoscopia a partir dos 45 anos de idade (ou até mesmo antes disso, se houver casos da doença na família). Por outro lado, alguns hábitos de vida podem agir como fatores protetivos, tais como: manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas, não fumar e evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Essas informações, contudo, também não estão suficientemente claras para as mulheres ouvidas pelo Ipec.
Entre as 1.400 mulheres que participaram da pesquisa, contemplando entrevistadas de todas as regiões do Brasil, 60% não associam o tabagismo a um risco aumentado para câncer de intestino, enquanto 57% não associam o excesso de peso corporal (sobrepeso ou obesidade) como fator de risco para a doença. Além disso, apenas 33% das respondentes estão cientes de que a probabilidade de ter câncer colorretal aumenta a partir dos 50 anos de idade.
Embora os hábitos alimentares estejam associados ao câncer de intestino, também existem lacunas de conhecimento sobre esse tema entre as mulheres ouvidas pelo Ipec. Apenas 32% da amostra está totalmente ciente de que o consumo exagerado de carnes vermelhas (acima de 500 gramas por semana), por exemplo, está relacionado a um risco aumentado de desenvolver a doença. Em contrapartida, menos de metade das entrevistadas (49%) sabe que o consumo de alimentos que contenham fibras ou cereais integrais, pouco processados, pode reduzir o risco para o câncer colorretal.