CEJAM utiliza dados para aprimorar serviços de saúde pública

Com o avanço das tecnologias digitais e o aumento exponencial do volume de dados disponíveis na saúde pública do Brasil, organizar e compartilhar todas essas informações é um desafio para gestores, entidades técnico-científicas e a sociedade civil. O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, que administra mais de 110 unidades e serviços de saúde em São Paulo e Rio de Janeiro em parceria com o poder público, adotou como modelo assistencial a regionalização, por linhas de cuidado integrais de casa a casa, como estratégia.

Nesse cenário, a área de Gestão da Informação em Saúde da OSS investiu em uma abordagem inovadora para apoiar a implementação do modelo institucional, com a criação de uma plataforma web chamada Florence. A ferramenta, de uso próprio na rede, oferece um sistema de monitoramento e dashboards de Business Intelligence (BI) com uma visualização segura e estruturada de dados.

“Historicamente, a saúde pública é formada por diferentes níveis de atenção, o que pode gerar fragmentação no fluxo de informações dos pacientes e impactar na qualidade do atendimento. Essa é uma transformação do tradicional modelo fragmentado de monitoramento, integrando os diferentes níveis da Rede de Atenção à Saúde (RAS) e colocando o paciente no centro da jornada de cuidados”, afirma João Romano, gerente executivo da instituição.

Extraindo informação de diversas fontes de dados como prontuários eletrônicos, bases oficiais (DATASUS, TABNET) e, até mesmo planilhas eletrônicas, a plataforma possibilita a análise das condições dos indivíduos acompanhados pelas linhas de cuidados integrais, auxiliando na identificação de riscos e prevenindo futuros problemas de saúde.

“Podemos monitorar a prevalência de casos e doenças, e, com base nesses dados, nossa equipe mantém um acompanhamento constante dos pacientes. Realizamos visitas, agendamos consultas, exames, e verificamos se eles realmente compareceram à unidade, tudo isso para prevenir possíveis complicações”, explica.

A ferramenta também ajuda na tomada de decisão das equipes assistenciais quanto ao encaminhamento mais adequado para cada pessoa e contribui para um acolhimento mais eficaz.

Além disso, permite entender se há um aumento no número de atendimentos ou diagnósticos de um determinado quadro clínico, quais são os CIDs mais e menos comuns em cada unidade/região, entre outros aspectos. “A plataforma nos proporciona um conhecimento mais profundo sobre o território e a população atendida, permitindo um serviço mais eficiente e regionalizado”, ressalta João.

Os bairros Capão Redondo e Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, por exemplo, são inteiramente monitorados, por conta da forte presença da OSS na região.

“Não monitoramos apenas os pacientes que vão à unidade, mas também o bairro como um todo. Em todos os lugares onde o CEJAM se estabelece, o cuidado vai além do interior da unidade”, conta.

A Florence permite ainda, a tomada de decisões em relação às capacitações e treinamentos necessários às equipes de saúde, pois possibilita também o acompanhamento do cumprimento de protocolos institucionais assistenciais e detecta pontos de melhorias.

Hoje, são cerca de 400 gestores que a utilizam no gerenciamento e melhorias de suas unidades e serviços. A partir de relatórios personalizados e notificações diárias, é possível direcionar os times de forma mais assertiva.

“Se uma paciente gestante não compareceu a uma consulta ou não realizou um exame necessário, ou se um paciente apresenta risco cardiovascular, mas não fez o acompanhamento adequado, tudo isso é notificado para a gerência da unidade. Em casos de suspeita de violência ou lesão, como em mulheres e idosos, se ela não for ao atendimento, a gerência também é notificada e o time pode atuar ativamente para atender essas pessoas da melhor forma “, reforça o executivo.

A inovação facilita, ainda, o acompanhamento de indicadores essenciais para a Rede de Atenção à Saúde, como o monitoramento integral de pacientes com doenças crônicas (hipertensão, diabetes, obesidade, entre outros) e de usuários frequentes de serviços de urgência e emergência.

“À medida que avançamos nesta jornada de transformação, o CEJAM reafirma seu compromisso em fornecer cuidados mais acessíveis e de qualidade, contribuindo cada vez mais para o fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde) e promovendo uma saúde pública mais inclusiva e equitativa para todos os brasileiros”, finaliza o gerente executivo.

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