Após queda, Índice OPME mantém estabilidade
O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (I-OPME) se mantiveram praticamente estáveis em novembro de 2024 (+0,01%), em média, após recuarem 0,23% em outubro. Comparativamente esse resultado foi inferior às variações registradas por outros índices de preço da economia, como no caso do IPCA/IBGE (+0,39%) e do IGP-M/FGV (+1,30%), assim como em relação à variação da taxa média de câmbio (+3,25%), que indicou nova depreciação da moeda brasileira no período recente. Já os preços dos medicamentos para hospitais exibiram queda em novembro, conforme mostrou a última apuração do IPM-H (-0,71%).
Desenvolvido em conjunto pela Fipe e Bionexo, empresa líder em soluções tecnológicas SaaS para gestão em saúde, o Índice OPME acompanha a evolução dos preços dos itens transacionados entre fornecedores e hospitais por meio da plataforma Opmenexo, que processa mais de 3 mil cotações diárias de preços para mais de 45 mil produtos do setor.
Entre as especialidades que integram o Índice OPME, houve predomínio de movimentos negativos nos preços, abrangendo: sistema urinário (-1,06%); sistema musculoesquelético e articulações (-0,30%); cabeça e pescoço (-0,15%); sistema digestivo e anexos (-0,07%). Por outro lado, três especialidades apresentaram preços mais elevados: sistema cardiocirculatório (+0,89%); sistema nervoso central e periférico (+0,49%); sistema genital e reprodutor (+0,17%).
No balanço parcial de 2024 (até novembro), o Índice OPME também registrou uma discreta variação nos preços de órteses, próteses e materiais especiais (-0,03%). Entre as especialidades incluídas na cesta de cálculo, as variações foram as seguintes: sistema urinário (-3,47%); cabeça e pescoço (-1,44%); sistema nervoso central e periférico (-0,88%); sistema musculoesquelético e articulações (-0,66%); sistema digestivo e anexos (+0,01%); sistema genital e reprodutor (+0,14%); e sistema cardiocirculatório (+2,29%).
Considerando como referência os últimos 12 meses encerrados em novembro, os preços de órteses, próteses e materiais especiais também se mantiveram próximos da estabilidade (+0,01%).
Nesse horizonte temporal ampliado, as variações de preço por especialidade se distribuíram da seguinte maneira: sistema urinário (-3,15%); cabeça e pescoço (-1,50%); sistema genital e reprodutor (-0,93%); sistema digestivo e anexos (-0,84%); sistema musculoesquelético e articulações (-0,48%); sistema nervoso central e periférico (-0,34%); e sistema cardiocirculatório (+2,40%).
“A variação registrada pelo Índice OPME em novembro, de apenas 0,01%, não se distanciou muito da variação média para esse mês entre 2017 e 2023, de 0,09%. De fato, à exceção de novembro de 2023, quando foi apurada uma retração de 0,26% nos preços de órteses, próteses e materiais especiais, o mês é historicamente marcado por variações discretas em terreno positivo. A despeito da variação marginal do índice, o último período foi novamente marcado por variações divergentes entre as especialidades monitoradas, opondo, por exemplo, os preços do sistema cardiocirculatório (+0,89%) e do sistema urinário (-1,06%)” afirma Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe.
Por fim, considerando o intervalo das séries históricas (entre janeiro de 2017 e novembro de 2024), o índice registrou um recuo de 0,34% nos preços de próteses, órteses e materiais especiais. As seguintes especialidades contribuíram para o resultado negativo: sistema cardiocirculatório (-8,44%); sistema urinário (-5,02%); sistema genital e reprodutor (-2,73%); sistema digestivo e anexos (-1,19%). Em contraponto, parte da queda que seria observada foi compensada pelas variações positivas nos preços das demais especialidades: cabeça e pescoço (+18,24%); sistema musculoesquelético e articulações (+7,09%); sistema nervoso central e periférico (+1,91%).
Por dentro do índice
O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (índice OPME) é o primeiro indicador dedicado a analisar o comportamento de preços de produtos e materiais transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro e é resultado da parceria entre Fipe e Bionexo. A cada mês e para cada material, calcula-se um índice que indique a variação de seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço, entre elas: (1) quantidade de itens requisitados no mercado; (2) discriminador de produto (dado que uma única família pode ser composta por múltiplos produtos); (3) localização do hospital e do fornecedor; (4) convênio; e (5) procedimento de urgência. Os produtos são agrupados em oito especialidades e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Opmenexo.
O Índice OPME consolida o comportamento dos índices dos preços de cada especialidade. Apesar de estar correlacionado a outros indicadores, o Índice OPME não mensura ou influencia o comportamento de preços de produtos e materiais no varejo. Ele não reflete diretamente em mudanças ou substituições tecnológicas, nem tem relação direta com os custos de hospitais e planos de saúde. Os dados apontam tendências de preços para negociações entre fornecedores e instituições hospitalares.