Pesquisa revela que cerca de 10% dos homens não sabem o que é a próstata

Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com o apoio da Adium e conduzida pelo Instituto Ideia, revela dados surpreendentes. Com o tema “O olhar masculino sobre a saúde do homem”, o levantamento contou com a participação de 1.500 homens acima de 40 anos, de todas as regiões do País, respondido via aplicativo mobile. Apesar do descaso, a desinformação, o medo ou ansiedade ainda fazem parte do universo masculino quando pensam em sua saúde.

Outros achados da pesquisa:

  • 46% dos homens com idade acima de 40 anos só vão ao médico quando sentem algo (esse número aumenta para 58% se o indivíduo utiliza apenas o SUS);
  • Entre as doenças urológicas que os homens têm mais medo, o câncer ficou na frente, com 58% das respostas, seguido pela impotência sexual (37%);
  • 78% acreditam que a mulher de fato cuide mais da saúde do que o homem;
  • 18% afirmam que sua(seu) companheira(o) é a pessoa responsável por agendar suas consultas;
  • 35% afirmam não ter nenhum problema de saúde. Entretanto, sedentarismo foi o problema mais popular entre os respondentes (26%), seguido por pressão alta (24%), obesidade (12%) e tabagismo (10%);
  • 17% afirmaram que estão sentindo ou já tiveram dificuldades para urinar;
  • Cerca de 10% não sabem o que é a próstata;
  • 38% consideram ser normal ter dificuldade para urinar com o passar do tempo;
  • 34% acham que problema na próstata é sempre câncer;
  • Cerca de 1/3 manifestou alguma insatisfação, seja no calibre ou no comprimento, do pênis

HPB: problema da próstata menos conhecido, porém é o mais prevalente

Apesar de ser a doença mais comum da próstata, a hiperplasia benigna (HPB) é conhecida apenas por 43% dos homens. A maioria diz saber sobre o câncer (75%) e a prostatite (59%). O desconhecimento da HPB é maior entre os mais jovens, de 40 a 44 anos (apenas 39% sabem o que é), e entre os moradores da região Norte (33% sabem o que é). A estimativa é de que cerca de 50% dos homens acima de 50 anos terão algum grau de HPB.

Apesar de as dificuldades de micção serem mais comuns com o avançar da idade, o problema está longe de ser um processo aceitável como normal no envelhecimento. No entanto, 38% dos participantes concordam (totalmente ou parcialmente) que é normal ter dificuldade para urinar com o passar do tempo, e que isso não é motivo de preocupação. O índice de acordo (total ou parcial) aumenta entre os homens de 60+, 48%

A próstata aumentada é uma das causas da dificuldade de urinar e, em longo prazo, se não tratada, ela pode causar retenção urinária, infecções e lesão no trato urinário, incluindo nos rins.

O câncer de próstata

De acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, de janeiro a julho de 2023 houve 21.803 internações devido ao câncer de próstata. “A importância de exames regulares, especialmente para homens acima de 50 anos (ou 45 anos, se houver histórico familiar da doença), afinal, é o segundo tipo de doença mais comum entre homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma”, diz o urologista, Wagner Eduardo Matheus é presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – seccional São Paulo. Ele também é professor Livre Docente da Urooncolgia FCM-UNICAMP.

Já o INCA estima que, no Brasil, serão 71.730 novos casos registrados entre 2023-2025, reafirmando sua importância epidemiológica no país. um diagnóstico da doença a cada sete minutos. Um, em cada dez homens, terá câncer de próstata. Sem suavizar, são dados que mostram a realidade e, que, apesar dos avanços terapêuticos, cerca de 25% dos pacientes com câncer de próstata ainda morrem devido à doença. Atualmente, cerca de 20% dos casos ainda são diagnosticados em estágios avançados, embora tenha ocorrido um declínio importante nas últimas décadas em decorrência de políticas de rastreamento da doença e maior conscientização da população.

Geralmente, e é importante que se saiba, que o câncer de próstata se desenvolve de forma lenta e, nas fases iniciais, não apresenta sintomas. Isso torna o diagnóstico precoce essencial, pois aumenta significativamente as chances de cura. Com exames regulares, como o toque retal e o PSA (Antígeno Prostático Específico), é possível identificar a doença em seus estágios iniciais, permitindo tratamentos menos invasivos e com melhores resultados.

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