O manejo eficaz como estratégia de tratamento para sepse

Por Leandro Taniguchi

No encontro de três dias no 37º Congresso Anual da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva as discussões giraram em torno dos avanços e a certeza que é preciso individualizar o manejo cardiovascular do doente depois de acionado o protocolo da sepse. A atualização do escore SOFA (Sequential Orgain Failure Assessment), ferramenta clínica utilizada para avaliar e monitorar disfunções ou falências de órgãos em pacientes com sepse, é bastante esperada, especialmente pela relevante participação brasileira no processo de análise dos bancos de dados como também na discussão crítica.

A sepse é uma condição prevenível, que oferece risco à vida, mas é preciso processos adequados na sua identificação precoce e seu tratamento eficaz e rápido, uma vez que a mortalidade por sepse é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), superando o infarto do miocárdio e o câncer. Diferente do que muitos imaginam, a infecção não necessariamente se espalha por todo organismo, mas é a resposta inadequada do corpo à presença de uma infecção em algum órgão ou tecido que promove a disfunção das funções orgânicas. Em termos mais simples, ao combater a infecção, o corpo humano promove um dano a si mesmo.

Em todo o mundo, a sepse mata 11 milhões de pessoas por ano, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). No Brasil, a estimativa é de 240 mil mortes por ano, relacionadas muitas vezes ao manejo clínico inadequado e à infraestrutura precária, que se somam a vários fatores fisiopatológicos, como faixa etária, informações genéticas, imunológica e doenças associadas que podem agravar o quadro do paciente.

O avanço da telemedicina é mais um recurso que está sendo estudado para melhor colaborar na assistência e suporte à distância no apoio às ações dos profissionais da saúde. A ideia é aproximar o médico que tem a expertise no cuidado do paciente complexo com todos os que se encontram com dúvidas e incertezas no manejo diário desta população. Entender a melhor dinâmica para a execução da telemedicina na UTI é atualmente objeto de estudo para uma abordagem baseada na evidência e na ciência.

Na aplicação medicamentosa, a resistência antimicrobiana é um desafio frequente em vários cenários infecciosos, especialmente nos pacientes de UTI, mas alguns estudos indicam que a administração contínua do antibiótico administrados na veia poderia ser mais eficiente no controle da infecção. A medicina está em evolução constante, assim como as boas práticas e os estudos clínicos. Agora é esperar para que as novidades não demorem para ser avaliadas quanto à implantação no país.


*Leandro Taniguchi é médico diarista da UTI Clínica do Hospital das Clínicas e orientador do programa de pós-graduação da FMUSP.

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