Neurociência: tecnologia inova a pesquisa sobre o cérebro humano

Por Daniele De Mari

A neurociência se destaca como uma força transformadora na medicina moderna e no avanço tecnológico. Com a colaboração de diversas disciplinas, ela oferece uma visão mais completa e multifacetada do cérebro humano, fundamental para o avanço do conhecimento e para a criação de soluções terapêuticas mais eficazes.

Mas afinal, você sabe realmente o que é neurociência? Embora muito falado, é um campo pouco entendido por quem não faz parte da comunidade. Quando falamos em neurociência, trata-se de uma frente científica que estuda o sistema nervoso, incluindo seu desenvolvimento, estrutura, função e impacto no comportamento. Esse campo interdisciplinar abrange áreas como biologia, química, psicologia e medicina, visando compreender como o cérebro e o sistema nervoso funcionam e influenciam nossas ações e pensamentos.

Nas últimas décadas, a neurociência fez avanços significativos na área da saúde. A criação de medicamentos mais eficazes para tratar doenças neurológicas e psiquiátricas, como a depressão, o Alzheimer e a epilepsia, são alguns dos exemplos mais marcantes. Avanços como esses melhoraram significativamente a qualidade de vida de milhões de pessoas.

Outra inovação notável é a interface cérebro-computador (BCI), que possibilita o controle de dispositivos externos por meio da atividade cerebral. Essa frente é tão promissora que até o homem mais rico do mundo, Elon Musk, embarcou nessa jornada quando decidiu fundar a Neuralink, startup focada na implantação de eletrodos no cérebro com o objetivo de ajudar pessoas com lesões traumáticas a operar telefones e computadores usando apenas seus pensamentos.

O potencial para futuras inovações é imenso. À medida que continuamos a desvendar os mistérios do cérebro, podemos esperar avanços ainda mais surpreendentes na IA, expandindo os horizontes da capacidade humana e da tecnologia.

À medida que os estudos avançam, novas terapias e abordagens para doenças neurológicas estão sendo desenvolvidas, impactando de forma real e positiva toda a sociedade.

A conexão entre Neurociência e IA

A inteligência artificial (IA) inspira-se diretamente nos princípios da neurociência, particularmente na estrutura das redes neurais, que mimetizam o funcionamento dos neurônios. Essas redes, compostas por unidades interconectadas que processam e transmitem informações, constituem a base de muitos dos modelos de IA contemporâneos.

Por meio de um processo machine learning, conhecido como aprendizagem de máquinas, essas redes neurais artificiais têm evoluído para realizar tarefas anteriormente consideradas exclusivas das redes neurais orgânicas, presentes no cérebro humano, como o reconhecimento de voz e imagem.

Nesse âmbito, pesquisadores têm treinado redes neurais profundas para imitar a funcionalidade de neurônios corticais. O mapeamento detalhado da conectividade e morfologia dos neurônios, conhecido como conectoma, tem ajudado a treinar sistemas de IA cada vez mais sofisticados para simular a atividade neural, aproximando-se da complexidade do cérebro humano.

Esses exemplos mostram como a neurociência e a IA estão interligadas, com cada campo beneficiando-se dos avanços do outro para criar tecnologias mais avançadas e eficientes.

Neurociência cognitiva e IA

Já quando olhamos mais atentamente para a neurociência cognitiva, compreendemos de forma profunda como o cérebro realiza as funções essenciais para a cognição, como memória, atenção e percepção.

Essas percepções são cruciais para o desenvolvimento de sistemas de IA que requerem uma compreensão assertiva do ambiente e da capacidade de interagir. Por exemplo, uma IA que utiliza modelos de atenção seletiva pode melhorar a interação humano-computador, permitindo que as máquinas se concentrem em informações relevantes em meio a um mar de dados.

Além de influenciar o design e a funcionalidade dos sistemas de IA, a neurociência desempenha um papel importante na ética do uso da tecnologia. Compreender os aspectos cognitivos e emocionais do comportamento humano ajuda a garantir que as máquinas sejam projetadas de maneira responsável, considerando as implicações sociais e psicológicas de suas interações com as pessoas.

A pesquisa em neurociência e IA continua a avançar, e a colaboração entre neurocientistas e especialistas em IA tem o potencial de acelerar o desenvolvimento de tecnologias que não apenas replicam, mas também ampliam as capacidades humanas. Isso pode levar a avanços significativos em áreas como saúde, educação, segurança e entretenimento.

À medida que continuamos a explorar essa fronteira empolgante, é essencial manter um diálogo aberto sobre os benefícios e desafios que acompanham a integração cada vez maior da IA em nossas vidas diárias.


*Daniele De Mari é CEO e Cofundadora da Neurogram.

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