Oxigenoterapia hiperbárica em instituições de saúde
Por José Branco
Atuo com a Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) há mais de 30 anos. Atualmente realizamos 6 mil sessões de hiperbárica por mês, com foco no tratamento otimizado. No entanto, a implementação de programas de OHB em clínicas e hospitais necessita de uma abordagem estratégica e bem planejada. Por isso, confira as estratégias necessárias para a implementação e gestão eficaz desses sistemas, destacando os principais desafios e soluções para garantir a sustentabilidade e o sucesso do tratamento.
Para iniciar um programa de OHB, é essencial realizar uma análise que avalie a necessidade e a demanda local, considerando a prevalência de condições tratáveis pela OHB e a viabilidade econômica. A seleção de equipamentos de alta qualidade, certificados por órgãos reguladores, é crucial para garantir a segurança e a eficácia do tratamento. As câmaras hiperbáricas, sejam elas monoplace ou multiplace, devem ser escolhidas com cuidado, garantindo que atendam a todos os requisitos técnicos e de segurança.
A localização e as instalações
Em anos em que trabalho com gestão de hospitais, destaco a importância de colocar as câmaras hiperbáricas em locais que atendam aos requisitos de segurança, incluindo sistemas de suporte de vida, controle de incêndio e fácil acessibilidade para pacientes ambulatoriais e hospitalizados. A infraestrutura deve ser adequada para suportar o equipamento e garantir a segurança dos pacientes e da equipe.
A formação e a capacitação das equipes
Posso afirmar que a capacitação dos profissionais é um dos pontos-chaves para implementação e manutenção de um sistema de OHB. Eles devem estar profundamente treinados em fisiologia hiperbárica, operação de câmaras, manejo de emergências e protocolos de segurança. Acredito que iniciativas de educação continuada são essenciais para manter a equipe atualizada sobre novas técnicas, pesquisas e regulamentações. Isso não só garante a adesão às melhores práticas, mas também eleva o padrão de cuidado oferecido aos pacientes.
A gestão operacional
Ao longo da minha experiência, aprendi que a gestão operacional eficiente é a espinha dorsal de qualquer programa de sucesso. Implementar protocolos rigorosos de segurança é essencial, assim como realizar verificações regulares das câmaras e manter um monitoramento contínuo dos pacientes durante o tratamento. Na gestão de qualidade, é crucial utilizar indicadores para monitorar o desempenho clínico e operacional, considerando taxas de complicações, satisfação dos pacientes e resultados terapêuticos. Além disso, sistemas eficientes de agendamento, triagem, acompanhamento e registro detalhado dos tratamentos são fundamentais para garantir uma abordagem centrada no paciente e a continuidade do cuidado.
Marketing e divulgação
Por fim, campanhas informativas por meio de mídias sociais, websites e materiais impressos podem educar a comunidade e os profissionais de saúde sobre os benefícios e indicações da OHB. Estabelecer parcerias estratégicas com profissionais de saúde, hospitais, clínicas especializadas e seguradoras de saúde podem promover o encaminhamento de pacientes e a integração na rede de serviços de saúde.
Com um enfoque estratégico e bem delineado, é possível oferecer tratamentos de alta qualidade que não apenas melhoram os resultados clínicos, mas também elevam significativamente a qualidade de vida dos pacientes, assegurando a sustentabilidade e o sucesso do projeto.
*José Branco é Presidente na Sociedade Médica de Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) do Brasil, faz parte da Direção Executiva do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP), atua com o Diretor Técnico do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) e é Diretor Médico da CLOUDSAÚDE.