Gestão em Saúde – O que é um pensamento sustentável?
Por Sérgio Okamoto
Se partirmos da premissa que as empresas devem se sustentar por si mesmas, podemos encontrar uma resposta simples para o tal do “pensamento sustentável”. Mas será que é algo tão simples assim? Quais são as múltiplas variáveis que se apresentam e se alimentam por trás de uma ideia?
Primeiro de tudo, com a maior consciência da responsabilidade empresarial e das demandas da sociedade, o pensamento sustentável está sendo aderido cada vez mais pelas empresas. Resumidamente, ele nada mais é do que o equilíbrio entre os pilares econômico, social e ambiental. Assim, a ideia do pensamento sustentável é que as empresas garantam impactos positivos a longo prazo, assim como a sua própria perenidade. Mas, como?
Um olho no peixe, o outro no gato. Talvez esse ditado popular possa resumir uma das ideias primordiais que explicam a sustentabilidade nos negócios. Se faz indispensável estar atento a tudo o que está acontecendo dentro e fora da empresa, dos mínimos detalhes aos grandes acontecimentos mundiais. Por exemplo, negócios com grandes espaços físicos normalmente impactam seus bairros, essa é a chance de entender se esse impacto é positivo ou negativo e pensar em formas de melhorar essa relação. Na área da saúde, uma boa forma de impactar o público local são as unidades comunitárias. No entanto, cada um deve entender seu próprio negócio para criar soluções.
Estando calcado em fatos e problemas reais, é mais simples saber quais caminhos seguir e como fazer a diferença para as pessoas de dentro e de fora da empresa.
Com o contexto claramente definido, emergimos para outro conceito essencial da sustentabilidade: a definição clara de metas. Nesse sentido, é fundamental compreender os pontos de atenção e identificar as áreas de melhoria em relação aos três pilares (econômico, social e ambiental), a fim de traçar os próximos passos. Uma vez que tenhamos objetivos bem estabelecidos, a chave está em desenvolver as estratégias apropriadas e iniciar a execução.
No meio disso tudo, devemos considerar as equipes que podem ajudar a chegar lá e todas as pessoas que podem ser envolvidas, afinal não podemos esquecer do “social”. Por exemplo, se a gestão em questão é de um hospital, as equipes médicas, de enfermagem, limpeza, áreas administrativas e tantas outras devem estar em mente, assim como o principal deles: o paciente. Cada um faz a diferença!
O meio ambiente e todo o ecossistema não devem ser esquecidos. Sempre podemos pensar nas formas de reduzir resíduos e garantir a reciclagem no local, por exemplo. Passos simples podem gerar grandes resultados para o planeta. Atualmente as empresas necessitam entender seus impactos ambientais e tentar minimizá-los ou recompensar com outros projetos sustentáveis, como a reutilização de recursos.
Como consequência de hábitos positivos para o planeta e para o bem-estar social, o fator econômico também pode colher frutos e, assim, proporcionar perenidade à organização. Respeitar o tempo e as necessidades dos projetos confere responsabilidade e ética a empresa e a todos os seus envolvidos, consequentemente, a reputação é impactada positivamente e a garantia de bons resultados é maior.
O bom entendimento do cenário, combinado com um planejamento estratégico bem definido, resulta em boas práticas e maior segurança para o futuro.
*Sérgio Okamoto é médico especialista em Saúde Ocupacional e Superintendente Geral do Hospital Nipo-Brasileiro.