85% dos hospitais pretendem investir em TICS
Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de hospitais brasileiros que utilizam tecnologias digitais. Em 2019, 85% das instituições pretendem investir em soluções de saúde digital. O resultado integra o estudo 50+ Inovadoras da Saúde, realizado pela revista Medicina S/A.
A publicação entrevistou CIOs e gerentes de Tecnologia de 250 hospitais privados do Brasil em relação à (1) intenção de investimento em TI em 2019/2020 e às (2) empresas, produtos, marcas e soluções mais lembrados pelos gestores por sua inovação em Tecnologias da Informação e Comunicação, Digital Health e Telemedicina.
Com base nas informações enviadas pelas instituições de saúde e na análise criteriosa e independente de um conselho editorial, foram destacadas as instituições mais inovadoras do país em critérios como: (1) soluções implantadas e em funcionamento; (2) disposição para investimentos em novas tecnologias; e (3) resultados para a Gestão e Assistência aos Pacientes.
Entre os hospitais pesquisados, a maior parte está localizada na região Sudeste (103), seguida pelas regiões Sul (56), Centro-Oeste (37), Nordeste (35) e Norte (19). Aproximadamente 2/3 das instituições que participaram da análise (62%) são de médio porte (até 150 leitos), ao passo que os hospitais de grande porte (38%) registraram uma média de 240 leitos. Em relação ao tipo de estabelecimento, 85% dos hospitais são gerais e 15% de especialidades.
*Todas as entrevistas foram quantitativas e realizadas de forma confidencial.
85% dos hospitais pretendem investir em TICS
Segundo estimativas da IDC Brasil, consultoria focada em Tecnologia da Informação e Telecomunicações, os investimentos em TIC devem crescer 4,9% em 2019 no Brasil, índice que reflete o otimismo do mercado para o ano. O maior crescimento – de 10,5% – será em TI, impulsionado por processos de transformação digital e por movimentos de substituição de tecnologias.
Panorama similar vem ocorrendo no mercado de saúde. A pesquisa 50+ Inovadores da Saúde, que entrevistou CIOs e gestores de Tecnologia de 250 hospitais brasileiros, mostrou que 85% desses hospitais, de médio e grande portes, pretendem investir em tecnologias digitais. Dos que não pretendem investir, 10% relataram estar em processo de implantação de tecnologias adotadas em anos anteriores e 5% não consideram o momento político-econômico ideal para investimentos.
PREVISÃO DE INVESTIMENTO EM TICs PARA 2019
85% pretendem investir em TICs, soluções de digital health ou telemedicina.
15% não pretendem investir ou não estão certos quanto ao momento
Os dados mostram também a relação entre o uso atual de tecnologias digitais e o planejamento de investimentos. No grupo dos hospitais que pretendem investir, 94% já utilizam alguma solução digital e 6% não dispõem de nenhuma das oito soluções tecnológicas listadas na pesquisa. Mais de 70% das instituições pretendem investir em mais de um tipo de tecnologia.
Objetivos – De acordo com a análise, mais de 46% dos hospitais brasileiros que pretendem investir têm como principal objetivo a eficiência de processos e a segurança dos pacientes. 27% esperam melhorar a performance da gestão e os resultados financeiros/operacionais; 15% desejam se enquadrar nas normas e regulamentações que envolvem o setor e 12% buscam, exclusivamente, por inovações.
FOCO PARA IMPLANTAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS
46% Visam a Eficiência de processos e a segurança dos pacientes
27% Buscam Otimizar a gestão e resultados financeiros
15% Procuram adequar-se às questões regulatórias
12% Focam exclusivamente em inovação
Intenção de investimento por tecnologia
Entre os 85% dos hospitais que pretendem investir, 70% disseram que estão dispostos a investir em mais de um tipo de solução. Entre as principais prioridades de investimento, o Prontuário Eletrônico tem preferência entre os entrevistados. 68% disseram que pretendem aderir ou melhorar os registros eletrônicos de pacientes que já possuem; 61% pretendem instalar softwares ou tecnologias dedicadas à gestão; e 59% investirão em ferramentas de suporte à decisão clínica.
TECNOLOGIA | INTENÇÃO DE INVESTIMENTO EM % |
Acesso e uso das TICs pelos profissionais de Saúde | 20% |
Ferramentas de Suporte à Decisão Clínica | 59% |
Infraestrutura de TI | 32% |
Plataformas focadas em Prevenção | 45% |
Registro eletrônico do Paciente | 68% |
Segurança da Informação | 40% |
Serviços online oferecidos ao paciente | 58% |
Softwares e Tecnologias para Gestão | 61% |
*Nota: A soma dos percentuais supera 100% devido à possibilidade de múltiplas respostas
Dificuldades – Para 92% dos entrevistados, o processo de inovação dentro de uma instituição de saúde é sempre desafiador. Apenas 8% dos gestores de tecnologia acreditam que o processo é simples ou natural. Entre os principais obstáculos à incorporação de novas tecnologias, 34% dos entrevistados mencionam o custo; 27% destacam a implementação de uma nova cultura para clientes e funcionários; 25% acreditam que as constantes mudanças tecnológicas geram dificuldades com a integração de sistemas; e 14% revelam preocupação com a segurança digital e o uso seguro e adequado das novas tecnologias.
Fornecedores – Quando questionados sobre o mercado fornecedor, 63% consideram as empresas de TICs no Brasil satisfatórias, contra os 26% que veem como deficientes em tecnologia ou suporte. Apenas 11% dos hospitais consideram a indústria fornecedora em digital health como muito eficiente. Na opinião dos CIOs, ainda há uma alta concentração das soluções em poucas empresas. Em relação às startups, 77% dos hospitais considerariam aderir ou participar de projetos de empresas com soluções inovadoras.
Telemedicina – Questionados se uma possível regulamentação da Telemedicina no Brasil afetaria as decisões de investimentos para os próximos dois anos, 97% dos hospitais responderam afirmativamente. Entre as modalidades da telemedicina, 80% investiriam em Teleconsulta; 77% em Telediagnóstico; 48% em Teleinterconsulta/Teleconsultoria; 31% em Telemonitoramento; 26% em Teletriagem; e 14% em Telecirurgia. (*Nota: A soma dos percentuais supera 100% devido à possibilidade de múltiplas respostas).