Inovação: a chave na jornada dos pacientes com doenças oculares
No meio de tantas efemérides, em abril nosso calendário também ganha a cor marrom – idealizada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) como uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção e do tratamento das principais causas de cegueira, surge em 2016 o Abril Marrom. A perda de visão é um desafio de saúde pública, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Doenças como catarata, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade e retinopatia diabética estão entre as principais responsáveis pela perda de visão em todo o mundo. No entanto, graças às inovações em ciência, os cuidados em saúde e os investimentos em pesquisas clínicas muitas das causas de cegueira são evitáveis ou tratáveis.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do Censo de 2000 indicam que a primeira causa de deficiência entre 24,5 milhões de deficientes brasileiros é a visual, representando 48,1% do total e segundo estudo “Percepção dos cuidados e atenção com a saúde ocular da população brasileira”, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), apenas 47,9% da população tem cobertura oftalmológica pelo SUS. Hoje, a Retinopatia Diabética (RD) e a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) são duas das doenças que respondem pela maior parte dos atendimentos feitos pelos oftalmologistas no Brasil.
Também não podemos deixar de chamar atenção para dois temas que precisam de cada vez mais protagonismo no Brasil: o envelhecimento populacional e o avanço das doenças relacionadas à visão. Segundo o IBGE, em 10 anos, a população brasileira ganhou 2,4 anos de vida a mais, atingindo a expectativa em média de 77 anos. Com a maior expectativa de vida do brasileiro cresce também as doenças relacionadas à idade: cerca de um terço dos adultos acima de 75 anos têm DMRI e, segundo dados da Clarivate Decision Resources Group, em aproximadamente cinco anos o Edema Macular Diabético e a DMRI do tipo úmida ou neovascular, devem atingir 1,7 milhão de pessoas no Brasil.
Entendemos que grandes mudanças demandam grandes soluções e uma coragem coletiva. É por isso que acreditamos na reunião de diversas vozes e atores no ecossistema de saúde ao redor do mundo para impulsionar um novo caminho. A ciência tem procurado alternativas terapêuticas que melhorem a perspectiva para os cuidados e o controle das doenças, na mesma velocidade em que mira na busca por cuidados mais toleráveis e cômodos para o paciente. Juntos, podemos tornar realidade um futuro no qual o controle e o convívio com certas condições tenham o menor impacto na vida desses pacientes. Onde a ciência e suas inovações ofereçam para eles que muitas vezes, demandam cuidados regulares por meio de injeções nos olhos alternativas que proporcionem maior controle da doença, maior qualidade de vida, e que as doenças da retina não sejam mais obstáculos no dia a dia – seja no sistema privado ou do sistema público de saúde.
Hoje, trabalhando em uma empresa de saúde presente na jornada do paciente de ponta a ponta, reforço a importância de olhar para a saúde de forma holística e da importância da educação em saúde e de atuarmos colaborativamente com diferentes agentes para mudar a realidade de condições que são preveníveis e controláveis.
Acredito em uma nova era da oftalmologia, marcada pelo desenvolvimento de tecnologias que ajudarão a diminuir as limitações ocasionadas pelas doenças da retina – possibilitando assim uma maior independência por mais tempo e, principalmente, para manter o paciente ativo e melhorar sua a qualidade de vida e de sua rede de apoio.
*Michelle França Fabiani é líder médica da Roche Farma Brasil.