Einstein implementa tecnologia capaz de avaliar exames de cardiotocografia em tempo real
O Einstein implementou de forma pioneira um software capaz de analisar, de maneira automática, exames de cardiotocografia, que avaliam o sofrimento fetal em tempo real. A solução foi desenvolvida pela startup portuguesa Speculum em conjunto com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e apoia no diagnóstico de casos de sofrimento fetal, reduzindo desfechos negativos na hora do parto.
A tecnologia analisa os exames de cardiotocografia e alerta para casos de risco de hipóxia fetal para apoiar a conduta médica. O software, ligado a múltiplos quartos e que vem sendo testado pelo Einstein, já avaliou mais de 5 mil cardiotocografias em apenas seis meses. No período, foram identificados 11 casos de alterações de cardiotoco, que determinaram a conversão do parto normal para cesárea. A cardiotocografia é realizada por meio da aplicação de sondas na barriga da mãe para registar as contrações e a frequência cardíaca do feto por meio de ultrassons que permitem ao médico avaliar o bem-estar materno-fetal.
Antes da implementação, esses exames eram feitos com intervalos de duas ou três horas durante o período expulsivo e, nos casos indicados pela equipe médica, a cada 30 minutos no período do nascimento. Os testes precisavam ser impressos e submetidos a uma avaliação médica, o que podia implicar na demora diagnóstica e no erro decorrente do fator humano. Com o software, a leitura é feita ininterruptamente e alerta a equipe obstétrica para alterações relevantes em tempo real.
A solução também permite ver numa única tela todas as cardiotografias em curso e emite 3 tipos de alertas: azuis, quando alguma atenção é necessária apesar de não parecer existir falta de oxigenação fetal; amarelos, quando parece existir risco, embora baixo, de hipóxia fetal; vermelhos quando existe uma provável hipóxia fetal em que deve haver ação clínica para melhorar a situação ou eventualmente a realização imediata do parto para evitar sequelas permanentes aos bebês.
“A asfixia fetal representa um dos principais motivos de morte de perinatal, mas essa é uma causa considerada evitável. A incorporação da tecnologia promove a redução do uso do fator humano na interpretação do exame, o qual se associa a maior possibilidade de falha, e isso nos permite salvar vidas e melhorar a qualidade de vida dos bebês”, afirma Rômulo Negrini, coordenador médico da obstetrícia do Einstein.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipóxia perinatal é a terceira causa de morte neonatal, representando 23% dos óbitos de recém-nascidos no mundo inteiro. A falta de oxigenação cerebral também pode causar sequelas permanentes aos bebês, entre elas a paralisia cerebral, deficiência cognitiva, cegueira e surdez.