Open Health e o futuro do ecossistema de saúde

Por Allan Bruzulatto

O setor de saúde no Brasil está cada vez mais digitalizado, aproveitando todos os benefícios que a tecnologia tem a oferecer. A transformação digital tem levado o mercado a reimaginar os cuidados de saúde para a era digital – usando o poder dos dados, da Inteligência Artificial, das plataformas baseadas em nuvem, das parcerias e dos novos modelos de negócios para melhorar os resultados dos cuidados de saúde, reduzir os seus custos e aprimorar a experiência dos cuidados humanos para pacientes e profissionais.

O conceito de Open Health, que visa tornar todos os dados de saúde abertos, transparentes e acessíveis entre o Sistema Único de Saúde (SUS), instituições privadas e planos de saúde, tem ganhado visibilidade no Brasil e no mundo. A iniciativa inovadora, segue a mesma proposta do sistema Open Banking, em vigor desde 2021 no Brasil, e vai muito além da capacidade de conectar sistemas às instituições, representando acessibilidade, agilidade e transparência em toda a rede, com um propósito maior: melhorar a saúde.

Sabemos que essa é uma tecnologia extremamente nova não apenas no país, mas em todo o mundo, e tem a capacidade de aprimorar significativamente o acesso à saúde. Por isso, ela pode ter muitos impactos em frentes diversas. Além disso, a disponibilidade das informações possibilitará obter o histórico de doenças de um paciente em um tempo muito menor. Esse fator ajuda a reduzir consideravelmente o prazo para portabilidade de planos de saúde e permite, de forma muito mais prática e simples, a migração entre instituições, por exemplo.

Diante dessas transformações e da crescente necessidade de clientes e do mercado por respostas ágeis, as parcerias para promover esses novos modelos de negócio têm se tornado cada vez mais essenciais ao ecossistema de saúde. De acordo com o Future Health Index 2023, pesquisa proprietária da Philips, quase metade dos líderes de saúde no Brasil (48%) deseja que a gestão em sua instituição construa parcerias fora de seu sistema de saúde. O número é superior à média global de 36%.

A análise deste ano revela, ainda, que os líderes e jovens profissionais de saúde procuram, cada vez mais, os fornecedores de tecnologia como um meio de mitigar as consequências destas carências, otimizando processos para melhorar a eficiência. O mercado brasileiro tem evoluído nos últimos anos no Open Health e empresas líderes no segmento têm inovado em iniciativas ligadas ao assunto.

Os exemplos incluem programas criados para promover um ecossistema colaborativo aberto via API (Application Programming Interface), como é o caso da Philips, que acaba de lançar o Informatics Partner Ecosystem, com a missão de conectar os seus parceiros – CertiSign, ForSign, Mevo, Memed, Osana e Soluti – ao Tasy EMR, prontuário médico eletrônico. O principal objetivo é oferecer aos seus clientes um conjunto de soluções integradas, que tornam a rotina dos profissionais da área mais prática e ágil ao conectar dados fragmentados para gerar insights baseados em informações claras e precisas sobre o paciente para tomadas de decisões clínicas assertivas.

Entendemos que a pandemia global acelerou a transformação e esclareceu a necessidade da interoperabilidade entre os sistemas e soluções, que enfrentam uma enxurrada de dados de pacientes – informações muitas vezes fragmentadas entre várias especialidades, departamentos e locais. Com isso, fica cada vez mais evidente que a mudança no setor exige uma abordagem colaborativa, centrada nas pessoas e orientada para a parceria, pois todas essas transformações pelas quais o sistema de saúde tem passado exigirão a participação de todos os principais players (públicos e privados) e atenção especial das autoridades e órgãos reguladores, para aproximar o cuidado do que realmente importa, o paciente.

É importante que o setor de saúde continue a investir em programas que combinem o poder, o alcance e a experiência com as inovações de parceiros para superar obstáculos na escassez de mão de obra, na fragmentação dos cuidados e no aumento dos custos.


*Allan Bruzulatto é diretor de Novos Negócios na Philips.

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