6 passos para a Saúde alcançar a interoperabilidade

*Por Mitzi L. Amon

A interoperabilidade está no topo da lista de prioridades de várias empresas na área da saúde. É o que aponta novo relatório da Forrester. A razão disso é que a área da saúde caminha para um modelo de negócios novo, orientado por dados e por agregação de valor, onde os pacientes são o coração de todos os processos e a informação é compartilhada por todos os provedores de serviços envolvidos no atendimento ao paciente. Dentro deste contexto, aumenta o foco no padrão para os recursos de interoperabilidade rápida na área da saúde (FHIR – Fast Healthcare Interoperability Resources).

Embora todos os envolvidos concordem que a interoperabilidade melhorará a área da saúde e a experiência do paciente, os analistas da Forrester ressaltam que ainda falta discutir em detalhes “como” fazer isso se tornar real.

Os desafios de implementação da interoperabilidade

Interoperabilidade é a capacidade de diferentes aplicativos, dispositivos e sistemas de informação se conectarem, de forma coordenada, dentro e fora das empresas, para acessar, trocar e compartilhar dados por todas as partes interessadas. A missão da interoperabilidade é otimizar a saúde de indivíduos e populações. Atingir este ideal não é fácil.

Esta visão vai além de estratégias para promover a interoperabilidade entre sistemas digitais de saúde. É essencial que a TI se aproxime dos médicos e pacientes, onde quer que eles estejam. Neste ponto, entra em cena o Edge Computing. Isto significa que a TI da área da saúde precisará aumentar seu alcance físico, instalando data centers de tamanhos variáveis em vários pontos geográficos. Isso é fundamental para dar suporte à infraestrutura que torna a interoperabilidade possível.

Aqui estão alguns passos para tornar a interoperabilidade real:

1. Participar do processo de desenvolvimento dos padrões. Um relatório recente da Associação Americana de Hospitais apresenta uma agenda para melhorar a interoperabilidade. O relatório discute a importância da colaboração das partes interessadas, incluindo “dar voz ao processo de desenvolvimento de aplicações de saúde”. Uma forma de fazer isso é se envolver com o processo Consultivo de Padrões para Interoperabilidade (ISA).

2. Usar o relacionamento com fornecedores para encorajar uma maior compatibilidade no design dos sistemas. Outra recomendação é que hospitais e outras empresas de saúde, sendo os compradores de TI da área da saúde, usem sua influência junto aos fornecedores deste mercado. A meta é ressaltar a importância de todo o ecossistema utilizar produtos e sistemas alinhados com os padrões FHIR.

3. Considerar a padronização das ferramentas de TI para a saúde em todos os sites de cuidados da saúde. Os sistemas para a área da saúde são notórios pelos feudos de dados dentro de suas próprias organizações. Encontrar caminhos para simplificar o gerenciamento de dados e reduzir o número de sistemas que os médicos precisam acessar para integrar todos os dados de um paciente colabora com a interoperabilidade.

4. Abrace a ideia das APIs. As APIs, ou seja, Interfaces Abertas de Programação de Aplicativos, terão um papel chave para se alcançar a interoperabilidade. Elas facilitam o intercâmbio de dados ao abrir suas plataformas de saúde para aplicativos externos.

5. Fazer um plano para atualizar ou substituir sistemas antigos. Sistemas antigos ou legados podem atrasar o movimento de interoperabilidade da área da saúde. Entretanto, o custo para substituir ou fazer um upgrade destes sistemas é, em geral, proibitivo. As organizações de TI da área da saúde poderiam identificar sistemas que estão longe de sua melhor época e cujos upgrades estão vencidos. A partir daí, seria feito um plano para adquirir, em fases, sistemas novos, preparados para a interoperabilidade.

6. Investir em resiliência, eficiência e escalabilidade em sua infraestrutura de edge. A jornada para a interoperabilidade irá acelerar a expansão dos dados e de novas tecnologias dentro do ecossistema de saúde. Com o novo desafio de viabilizar o intercâmbio de dados e a entrega de informações de saúde sempre e onde for necessário, a demanda por disponibilidade 24 horas por dia, 7 dias por semana é ainda maior. Para isso, é fundamental que a TI conte com sistemas de alimentação de energia e de refrigeração robustos. Essa infraestrutura digital tem de oferecer inteligência, escalabilidade e capacidade de rápida implementação. Isso é o que garantirá a continuidade dos processos da empresa da área de saúde.

Parcerias

Ainda há muito trabalho a ser feito para atingir o objetivo da plena interoperabilidade na área da saúde. A colaboração entre os sistemas, desenvolvedores, fornecedores e compradores certamente será fundamental. Na medida em que esse setor avança para o futuro, montar uma equipe de parceiros e fornecedores competentes, que compreendam e estejam comprometidos com esse novo momento da área de saúde, é essencial. A meta é acelerar a jornada em direção à interoperabilidade e, ao mesmo tempo, otimizar os investimentos feitos em infraestrutura digital, do core ao edge.


*Mitzi L. Amon é Diretora de Marketing para a Área da Saúde, na Vertiv.

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