Em 2024, o Sistema realizou mais de 665 milhões de eventos assistenciais (consultas, exames, terapias etc.) e injetou mais de R$ 96 bilhões nos serviços de saúde privados. Além disso, dentre os programas de promoção e prevenção da saúde aprovados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 63% são conduzidos por operadoras Unimed.
“Esse resultado reflete a solidez do Sistema Unimed e nossa missão de cuidar das pessoas em todas as regiões do Brasil, com qualidade, inovação e compromisso continuo com o modelo cooperativo”, afirma Omar Abujamra, presidente da Unimed do Brasil.
A Unimed também lidera o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), avaliação oficial da agência reguladora do setor (ANS), com 16 cooperativas da marca entre as 18 operadoras médico-hospitalares que obtiveram nota máxima na avaliação. Além disso, das 128 operadoras classificadas na faixa de excelência, com desempenho superior a 80% na avaliação, 82 são Unimed.
A inovação tecnológica é outro diferencial. A Plataforma Sinergia, que atua na oferta de soluções inovadoras em saúde para o Sistema Unimed, conta com cinco empresas que estão transformando a experiência de pacientes e médicos, com mais agilidade, integração e segurança de dados.
O avanço da atenção primária
Nos últimos anos, várias Unimeds implementaram a Atenção Primária à Saúde (APS) como porta de entrada para os beneficiários. O modelo prevê a vinculação a um médico de referência, responsável por coordenar o cuidado e acompanhar a trajetória do paciente. A meta é reduzir encaminhamentos desnecessários, oferecer resolutividade na primeira consulta e evitar internações por condições sensíveis à APS.
Um exemplo é o Serviço de Atenção Primária à Saúde (APS Unimed), presente em diferentes singulares e que vem sendo incorporado progressivamente sem custo adicional aos beneficiários. Além do atendimento clínico, o programa envolve acompanhamento multiprofissional com enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, além de protocolos específicos para pacientes com doenças crônicas. Entre os programas destacados, estão iniciativas como o Programa de Atenção Primária à Saúde da Unimed Federação Minas, o Programa de Atenção à Saúde da Unimed Goiânia e os Programas de Atenção à Saúde da Unimed Paraná, que estruturam a APS e o cuidado integral dos beneficiários.
A implementação desses programas tem mostrado resultados positivos na gestão do cuidado e na redução de custos assistenciais.
Espaços de promoção da saúde
Além da APS, muitas cooperativas criaram estruturas específicas para medicina preventiva. O Espaço Viver Bem, presente em singulares como a Unimed Leste Paulista, oferece programas de reeducação alimentar, oficinas de saúde mental, incentivo à prática de atividades físicas e acompanhamento para grupos de risco, como diabéticos e hipertensos. Essas unidades também realizam campanhas de vacinação, palestras e rastreamento precoce de doenças.
Na Unimed Uberlândia, o espaço promove hábitos saudáveis e acompanhamento multiprofissional. A Medicina Preventiva, da Unimed Campinas, conta com encontros online e materiais educativos. Também se destaca o Programa de Atenção à Saúde da Unimed BH, voltado para acompanhamento de condições crônicas e prevenção em crianças e adolescentes.
Na Unimed Fortaleza, o destaque é para os programas de acompanhamento de crônicos, grupos terapêuticos e oficinas de qualidade de vida.
O destaque na Unimed-Assis é o uso de tecnologia: a cooperativa lançou uma plataforma digital voltada à saúde preventiva, com aplicativos que monitoram indicadores dos beneficiários, permitem acompanhamento remoto e integram dados para gestão populacional. O recurso busca aumentar a adesão e fornecer subsídios para identificar precocemente pacientes em risco. Da mesma forma, o Programa Saúde nas Empresas da Unimed Londrina utiliza dados de colaboradores para orientar ações preventivas personalizadas.
Doenças crônicas e população idosa
As doenças crônicas concentram boa parte dos programas. Diabetes, hipertensão, obesidade e doença pulmonar obstrutiva crônica são alvos recorrentes, com oferta de educação terapêutica, consultas multiprofissionais e monitoramento contínuo. Para o público idoso, há iniciativas voltadas à prevenção de quedas, estímulo ao envelhecimento ativo e acompanhamento de fragilidade.
Essas ações dialogam diretamente com a pressão demográfica sobre a saúde suplementar. O envelhecimento da população aumenta a prevalência de condições crônicas, elevando custos assistenciais. A aposta em prevenção é, portanto, também uma estratégia de sustentabilidade financeira.

Padrões e governança
Embora cada singular defina sua forma de atuação, há um esforço de padronização. A Unimed do Brasil e as federações estaduais publicam manuais de boas práticas e guias de implementação da APS, que orientam desde a estruturação de equipes até os protocolos clínicos. Essa governança técnica busca alinhar as cooperativas e permitir mensuração de resultados em escala nacional.
Ainda assim, persistem desafios. Nem todas as singulares têm a mesma capacidade financeira ou tecnológica para adotar plenamente os programas. A heterogeneidade gera disparidades no alcance da prevenção. Além disso, a medição de resultados ainda carece de maior uniformidade: indicadores como redução de internações por condições sensíveis à APS e economia com internações evitáveis nem sempre são reportados de forma padronizada.
Tendências e perspectivas
Para os gestores do setor de saúde, as experiências das Unimeds deixam alguns aprendizados. Primeiro: a vinculação a médico de referência e equipe multiprofissional aumenta a resolutividade e gera impacto mensurável. Segundo: plataformas digitais podem ampliar alcance e eficiência, mas não substituem a necessidade de integração clínica. Terceiro: resultados só podem ser avaliados se houver monitoramento consistente de indicadores.
O envelhecimento da população e a pressão por sustentabilidade no setor de saúde suplementar evidenciam os limites do modelo hospitalocêntrico. Nesse cenário, as Unimeds têm investido na Atenção Primária à Saúde (APS) e em programas de medicina preventiva, iniciativas que podem influenciar tanto a eficiência do cuidado quanto o equilíbrio econômico das operadoras.