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Osteoporose: a urgência de uma resposta

Por Luiza Villar de Andrade e Silva

A osteoporose, embora silenciosa¹, fala alto nos números da saúde pública brasileira². Estima-se que, até 2050, o Brasil terá, cerca de, 160 mil fraturas de quadril por ano, um aumento impulsionado diretamente pelo envelhecimento populacional². No entanto, mesmo diante dessa realidade, seguimos convivendo com um cenário alarmante de subdiagnóstico, subtratamento e ineficiência na prevenção³.

Um estudo que analisou pacientes idosos internados por fraturas de fêmur proximal em dois hospitais de São Paulo apontou que apenas 13,9% receberam diagnóstico de osteoporose e apenas 11,6% iniciaram tratamento³

O custo médio de uma fratura de fêmur tratada cirurgicamente no SUS é de mais de R$ 5 mil, enquanto no sistema privado esse valor chega a R$ 52 mil¹. Fraturas vertebrais e de punho também geram custos elevados, que poderiam ser evitados com políticas públicas voltadas ao diagnóstico precoce e à prevenção de quedas e fraturas². A introdução de medicamentos modernos no SUS, como os anticorpos monoclonais, é um passo importante, mas isolado não basta. Sem rastreamento eficaz e acompanhamento pós-fratura, continuaremos tratando as consequências e não a causa.

A atenção primária precisa ser capacitada para atuar na linha de frente da prevenção. Ferramentas como o FRAX® – validadas, gratuitas e utilizáveis mesmo na ausência de densitometria – seguem subutilizadas. Inserir esse tipo de avaliação nos protocolos de risco e nos prontuários eletrônicos do SUS pode transformar o cuidado. Do mesmo modo, ampliar o acesso à densitometria óssea é urgente, especialmente para mulheres na pós-menopausa, homens acima dos 65 anos e pacientes com fatores de risco para fraturas de fragilidade5.

Além da estrutura, falta conscientização. Muitos profissionais da saúde e pacientes ainda não reconhecem a gravidade da osteoporose. A doença não apenas torna os ossos frágeis; ela compromete a autonomia, desestrutura famílias e sobrecarrega o sistema de saúde. Fraturas evitáveis levam idosos à dependência, à institucionalização precoce e à complicações que encurtam a vida6.

É preciso agir de forma coordenada. Investir em campanhas de prevenção, criar protocolos de rastreamento, garantir tratamento contínuo e implantar serviços estruturados de acompanhamento, como o Fracture Liaison Service (FLS)7, já aplicados com sucesso em outros países, são medidas viáveis e eficazes. A economia gerada por evitar fraturas supera os custos de sua prevenção.

Tratar a osteoporose não é apenas uma responsabilidade clínica. É um compromisso com a saúde pública, com a sustentabilidade do SUS e, acima de tudo, com a dignidade dos nossos idosos. O tempo de agir é agora – antes que o colapso ósseo se torne também social e econômico.

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Luiza Villar de Andrade e Silva é médica reumatologista pela Santa Casa de São Paulo,  Chefe do Ambulatório de Osteoporose da Santa Casa e atua também na UNIFESP, Hospital Santa Isabel e Hospital de Olhos City. Possui Residência Médica em Clínica Médica e Reumatologia pela Santa Casa de SP e cursa pós-graduação em Osteoporose e Osteometabolismo pela UNIFESP. É membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. 

Referências

  1. SBGG – Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Osteoporose, a doença silenciosa. Disponível em: https://sbgg.org.br/osteoporose-a-doenca-silenciosa
  2. Mensor LL et al. Avaliação de custos associados a fraturas por fragilidade no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema de Saúde Suplementar (SSS) no Brasil. J Bras Econ Saúde. 2021;13(3):288-99. DOI: 10.21115/JBES.v13.n3.p288-99 https://jbes.com.br/index.php/jbes/article/download/111/95/184
  3. HOOVEN, Frederick; GEHLBACH, Stephen H.; PEKOW, Penelope; BERTONE, Elizabeth; BENJAMIN, Evan. Follow-up treatment for osteoporosis after fracture. Osteoporosis International, v. 16, n. 3, p. 296–301, mar. 2005. DOI: 10.1007/s00198-004-1676-4. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15221208.
  4. Fortes EM et al. Elevada morbimortalidade e reduzida taxa de diagnóstico de osteoporose em idosos com fratura de fêmur proximal na cidade de São Paulo. Arq Bras Endocrinol Metab. 2008;52(7):1106-14. https://doi.org/10.1590/S0004-27302008000700006
  5. OSTEOPOROSIS RESEARCH LTD. FRAXplus®: ferramenta para avaliação do risco de fraturas. Disponível em: https://fraxplus.org/
  6. PEDRO, Adriana Orcesi; PLAPLER, Pérola Grinberg; SZEJNFELD, Vera Lúcia (orgs.). Manual brasileiro de osteoporose: orientações práticas para os profissionais de saúde. São Paulo: Editora Clannad, 2021. ISBN 978-65-89832-00-3. Disponível em: https://www.editoraclannad.com.br/wp-content/uploads/2021/05/Manual-Brasileiro-de-Osteoporose_14MAI21.pdf
  7. Pedro, A.O., Plaper, P.G., Szejnfeld, V.L. Manual Brasileiro de Osteoporose. Ed.1. São Paulo: Editora Clannad, 2021, Pg.142. Disponível em: https://www.editoraclannad.com.br/manual-brasileiro-de-osteoporose/ 

 

SC-BRA-NP-01068 | Aprovado em julho de 2025 | Material informativo da Amgen Brasil destinado ao público em geral.

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