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Boas Práticas

Pesquisadores desenvolvem Índice de Preparação Cirúrgica

Objetivo é reduzir atrasos e fortalecer cirurgias eletivas. A aplicação pode identificar alvos e subsidiar políticas públicas e investimentos.

Um estudo que acaba de ser publicado na revista científica The Lancet, uma das mais antigas e prestigiadas do mundo na área da medicina, e que tem pesquisadores do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP em Bauru entre os coautores, aponta que, no início de 2022, cerca de 200 milhões de pacientes em todo o mundo aguardavam cirurgias eletivas.

Com o objetivo de fortalecer os serviços cirúrgicos eletivos e reduzir os atrasos crescentes, os cientistas desenvolveram e validaram um Índice de Preparação Cirúrgica – Surgical Preparedness Index (SPI) –, primeira ferramenta que avalia especificamente a cirurgia eletiva e a preparação do sistema de anestesia. Para essa finalidade, foram priorizados 23 indicadores globalmente relevantes de preparação cirúrgica em quatro domínios: instalações, pessoal, priorização e processos.

De acordo com o estudo “Fortalecimento do sistema de cirurgia eletiva: desenvolvimento, medição e validação do índice de preparação cirúrgica em 1.632 hospitais em 119 países”, a aplicação do SPI pode identificar alvos e subsidiar políticas públicas e investimentos nos níveis regional e local. O trabalho sugere também que os hospitais devem implementar urgentemente a avaliação anual do SPI e criar planos de ação locais para fortalecer os serviços cirúrgicos eletivos.

A situação foi agravada pela pandemia, mas os estudiosos lembram que a Covid-19 é apenas um dos fatores que impactaram o serviço. Epidemias de gripe e vírus ebola tiveram efeitos significativos nos serviços cirúrgicos na última década. E fenômenos naturais associados às mudanças climáticas, bem como a ocorrência de conflitos, continuam a representar uma ameaça substancial ao funcionamento desse sistema. “O acúmulo de pacientes aguardando procedimentos eletivos é agora um dos desafios mais prementes para a saúde global nos próximos dez anos”, destacam os pesquisadores.

Embora o SPI tenha sido desenvolvido durante a pandemia de Covid-19, ele foi projetado para ser aplicável a qualquer contexto de pressão do sistema de saúde. O trabalho mostra ainda que esforços concentrados para lidar com a preparação cirúrgica serão essenciais para lidar com os crescentes atrasos e mitigar os danos aos pacientes que aguardam a cirurgia eletiva.

“Melhorar a preparação provavelmente fortalecerá os serviços cirúrgicos eletivos contra futuros choques externos e apoiará a ampliação da cirurgia para atender às crescentes demandas. Portanto, o SPI apoia uma área de grande prioridade para a Organização Mundial da Saúde (OMS) para o progresso contínuo em direção ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 [da Organização das Nações Unidas – ONU]: Saúde e Bem-estar”, pontuam.

Esse é mais um trabalho desenvolvido pela plataforma de estudos internacional sobre a Covid-19 e a segurança em cirurgias chamada CovidSurg Collaborative, da qual o HRAC-USP participa. A iniciativa é liderada por pesquisadores da Universidade de Birmingham (Inglaterra) e conta com a participação de mais de 142 mil pacientes, 1.600 centros e 120 países. Essa colaboração internacional já resultou em diversos artigos publicados em 2021 e 2022 em conceituados periódicos científicos internacionais.

Três pesquisadores da USP participam da CovidSurg Collaborative e estão entre os coautores das publicações. São eles: Carlos Ferreira dos Santos, superintendente do HRAC-USP; Cristiano Tonello, chefe técnico do Departamento Hospitalar do HRAC-USP e docente do Curso de Medicina da FOB; e Nivaldo Alonso, chefe técnico da Seção de Cirurgia Craniofacial do HRAC-USP e docente da Disciplina de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

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