Em se tratando da questão educacional, é inegável que o analfabetismo financeiro no Brasil ainda é uma realidade, algo que faz parte do contexto educacional e cultural do nosso país. Pesquisas indicam que 81% dos brasileiros sabem pouco ou nada sobre finanças pessoais, e que duas em cada três famílias estão endividadas. E o mais alarmante: quase a metade (41%) da população adulta sofre com a inadimplência. São mais de 62 milhões de pessoas nessa situação. Além disso, o percentual de brasileiros que realiza algum tipo de investimento pensando no futuro e na aposentadoria é de apenas 11%.
“Acreditamos na educação como principal instrumento de transformação social”, afirma Vladimir Andrade Duarte. “Nesse sentido, a Unicred investe no desenvolvimento de conteúdos gratuitos e também na parceria com instituições de ensino para levar o aprendizado ao maior número possível de jovens.”
Ele prossegue: “Somos uma sociedade imediatista e ansiosa, e poucas famílias têm o hábito de falar abertamente sobre dinheiro em seus lares. Nas escolas e universidades, o tema também não era abordado na grade curricular até bem pouco tempo atrás”.
Por conta desse cenário, o Ministério da Educação, em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), lançou em 2021 o programa Educação Financeira na Escola, cujo objetivo é capacitar professores da educação básica nesse tema, para que repliquem tais conhecimentos aos estudantes brasileiros.
A educação financeira deverá ser transmitida de maneira interdisciplinar. A ideia é que jovens profissionais comecem desde cedo a entender a importância de poupar e investir, bem como da adoção do consumo consciente.
“Temos uma grande responsabilidade não apenas em fornecer bons produtos e serviços financeiros”, diz Duarte, “mas também em ensinar a população a fazer bom uso das soluções disponíveis. As ações de educação financeira da Unicred visam a disseminação de ensinamentos e práticas que contribuam para a formação de bons hábitos financeiros desde o início da vida. Nossas abordagens e metodologias são adaptadas para cada público, atendendo a crianças, jovens e adultos, além de escolas e universidades públicas ou privadas, de forma gratuita.”
Mercado de Saúde
A área da saúde está no DNA da Unicred. Fundada em 1989, no Rio Grande do Sul, ela conta hoje com uma confederação, quatro centrais, trinta e quatro cooperativas, mais de trezentas unidades de negócios, R$ 21,6 bilhões de ativos e R$ 12,5 bilhões na carteira de crédito, além de reunir mais de 264 mil cooperados.
Além da assistência a médicos e profissionais de saúde, a Unicred também tem acompanhado de perto o crescimento das startups e healthtechs. “Somos uma instituição financeira especializada na saúde, acreditamos e apoiamos as iniciativas que trazem desenvolvimento e inovação para o setor. O Brasil também é um dos territórios mais promissores para o desenvolvimento das healthtechs. O setor de saúde passou a se expandir após os impactos causados pela pandemia e novas soluções foram desenvolvidas, como foi o caso da telemedicina”, conta Duarte.
Nesse sentido, a Unicred tem apoiado ações voltadas à inovação e ao empreendedorismo no setor, que busquem soluções tecnológicas. “Essas conexões nos permitem ouvir e entender as necessidades da área, para que possamos desenvolver juntos soluções que potencializem o propósito dessas healthtechs em promover serviços acessíveis com tecnologia e inovação, a fim de melhorar o bem-estar da população.”
Para o executivo, a recente onda de fusões e aquisições no setor deve se ampliar ainda mais, uma vez que têm se mostrado uma clara oportunidade para a melhoria da eficiência e a obtenção de ganhos de escala. “A Unicred apoia essas iniciativas por meio de estudos de viabilidade, desenhos das novas estruturas organizacionais, mediação de negociações e consolidação (migração de dados) das operações após o ato societário.”
Os planos do grupo não param por aí. Além de reter e aumentar o engajamento e a satisfação dos cooperados em regiões com boa penetração na área da saúde, o Sistema Unicred tem ampliado a operação em locais estratégicos e com importante concentração de pessoas físicas e jurídicas do setor no estado do Paraná e em cidades como São Paulo, Brasília, Natal, Teresina e Caruaru. “A Unicred possui uma Comissão de Expansão, um órgão auxiliar com representantes da confederação, das centrais e cooperativas, e cujo papel é sugerir regras internas e acompanhar a performance, apoiando as tomadas de decisão do CA”, conta.
Modelo de Negócios
Duarte explica que a principal diferença entre um banco e uma instituição financeira cooperativa está no modelo de negócios. O cooperativismo é caracterizado por ser uma instituição sem fins lucrativos, ao passo que os bancos operam no modelo capitalista tradicional. “Ser uma entidade sem fins lucrativos não significa a ausência de resultados (lucros), mas, pelo contrário, a Unicred gera resultados sustentáveis e crescentes a cada ano. O grande diferencial é o que fazemos com esse resultado.”
O executivo ressalta que, justamente por não ter fins lucrativos, as cooperativas de crédito reinvestem na sociedade, devolvendo a cada ano milhões de reais aos seus cooperados, e o fazem de maneira proporcional às suas movimentações financeiras. Em uma cooperativa, cada cooperado é o dono do negócio e, portanto, tem o direito de receber parte de seus resultados e excedentes.
“Em termos de segurança, as cooperativas possuem os mesmos benefícios de proteção aos investidores cooperados que qualquer outra instituição financeira. Elas fazem isso por meio do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito. Também é importante saber que existe um processo democrático dentro da instituição. São realizadas assembleias para a prestação de contas, e todas as decisões de negócio acontecem mediante votações, das quais os cooperados podem e devem participar”, explica.
Conflito de interesses
Além disso, outra grande vantagem do cooperativismo é a ausência de conflitos de interesses, o que faz com que as recomendações feitas pelos profissionais envolvidos não tenham viés comercial, uma vez que eles não são remunerados conforme as receitas geradas. “Nossos especialistas têm o compromisso de dar orientações claras e transparentes para que o próprio cooperado tome suas decisões com responsabilidade e consciência. Isso nos permite olhar para o que é melhor para cada cooperado, considerando unicamente seu perfil e suas necessidades. A forma de remuneração dos profissionais e, muitas vezes, as metas impostas pelas instituições financeiras acabam por estimular o direcionamento aos produtos e serviços que são mais rentáveis para a própria instituição, quando o correto seria considerar unicamente as necessidades e os interesses do cliente”, ressalta Duarte.
Papel Social
Outra grande diferença apontada pelo executivo é o engajamento para o bem comum: “As cooperativas cumprem um papel social por meio de ações educativas, culturais e socioambientais, as quais são concebidas e concretizadas em prol da coletividade. Elas buscam promover o crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores e cooperados, bem como da sociedade como um todo”.
“Estamos comprometidos em dar orientações claras e transparentes para que o próprio cooperado tome suas decisões com responsabilidade e consciência”, conclui o executivo.