EDIÇÃO DIGITAL

Serviços Financeiros

Cooperativismo, mercado e educação financeira no setor de saúde

Qual é a importância do cooperativismo para que os profissionais da saúde tenham vidas e carreiras bem estruturadas? Vladimir Andrade Duarte, diretor-executivo da Unicred do Brasil, aborda esses e outros tópicos em entrevista à revista Medicina S/A.

Qual é a importância do cooperativismo para que os profissionais da saúde tenham vidas e carreiras bem estruturadas? Por certo, há muito que pode ser feito e aprimorado nesse contexto. Alguns exemplos: a educação financeira dos jovens médicos, a gestão patrimonial para profissionais já estabelecidos e a sucessão patrimonial para quem estiver próximo da aposentadoria, além do incentivo à criação de novos negócios. Vladimir Andrade Duarte, diretor-executivo da Unicred do Brasil, aborda esses e outros tópicos em entrevista à revista Medicina S.A.

Em se tratando da questão educacional, é inegável que o analfabetismo financeiro no Brasil ainda é uma realidade, algo que faz parte do contexto educacional e cultural do nosso país. Pesquisas indicam que 81% dos brasileiros sabem pouco ou nada sobre finanças pessoais, e que duas em cada três famílias estão endividadas. E o mais alarmante: quase a metade (41%) da população adulta sofre com a inadimplência. São mais de 62 milhões de pessoas nessa situação. Além disso, o percentual de brasileiros que realiza algum tipo de investimento pensando no futuro e na aposentadoria é de apenas 11%.

“Acreditamos na educação como principal instrumento de transformação social”, afirma Vladimir Andrade Duarte. “Nesse sentido, a Unicred investe no desenvolvimento de conteúdos gratuitos e também na parceria com instituições de ensino para levar o aprendizado ao maior número possível de jovens.”

Ele prossegue: “Somos uma sociedade imediatista e ansiosa, e poucas famílias têm o hábito de falar abertamente sobre dinheiro em seus lares. Nas escolas e universidades, o tema também não era abordado na grade curricular até bem pouco tempo atrás”.

Por conta desse cenário, o Ministério da Educação, em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), lançou em 2021 o programa Educação Financeira na Escola, cujo objetivo é capacitar professores da educação básica nesse tema, para que repliquem tais conhecimentos aos estudantes brasileiros.

A educação financeira deverá ser transmitida de maneira interdisciplinar. A ideia é que jovens profissionais comecem desde cedo a entender a importância de poupar e investir, bem como da adoção do consumo consciente.

“Temos uma grande responsabilidade não apenas em fornecer bons produtos e serviços financeiros”, diz Duarte, “mas também em ensinar a população a fazer bom uso das soluções disponíveis. As ações de educação financeira da Unicred visam a disseminação de ensinamentos e práticas que contribuam para a formação de bons hábitos financeiros desde o início da vida. Nossas abordagens e metodologias são adaptadas para cada público, atendendo a crianças, jovens e adultos, além de escolas e universidades públicas ou privadas, de forma gratuita.”

Mercado de Saúde 

A área da saúde está no DNA da Unicred. Fundada em 1989, no Rio Grande do Sul, ela conta hoje com uma confederação, quatro centrais, trinta e quatro cooperativas, mais de trezentas unidades de negócios, R$ 21,6 bilhões de ativos e R$ 12,5 bilhões na carteira de crédito, além de reunir mais de 264 mil cooperados.

Além da assistência a médicos e profissionais de saúde, a Unicred também tem acompanhado de perto o crescimento das startups e healthtechs. “Somos uma instituição financeira especializada na saúde, acreditamos e apoiamos as iniciativas que trazem desenvolvimento e inovação para o setor. O Brasil também é um dos territórios mais promissores para o desenvolvimento das healthtechs. O setor de saúde passou a se expandir após os impactos causados pela pandemia e novas soluções foram desenvolvidas, como foi o caso da telemedicina”, conta Duarte.

Nesse sentido, a Unicred tem apoiado ações voltadas à inovação e ao empreendedorismo no setor, que busquem soluções tecnológicas. “Essas conexões nos permitem ouvir e entender as necessidades da área, para que possamos desenvolver juntos soluções que potencializem o propósito dessas healthtechs em promover serviços acessíveis com tecnologia e inovação, a fim de melhorar o bem-estar da população.”

Para o executivo, a recente onda de fusões e aquisições no setor deve se ampliar ainda mais, uma vez que têm se mostrado uma clara oportunidade para a melhoria da eficiência e a obtenção de ganhos de escala. “A Unicred apoia essas iniciativas por meio de estudos de viabilidade, desenhos das novas estruturas organizacionais, mediação de negociações e consolidação (migração de dados) das operações após o ato societário.”

Os planos do grupo não param por aí. Além de reter e aumentar o engajamento e a satisfação dos cooperados em regiões com boa penetração na área da saúde, o Sistema Unicred tem ampliado a operação em locais estratégicos e com importante concentração de pessoas físicas e jurídicas do setor no estado do Paraná e em cidades como São Paulo, Brasília, Natal, Teresina e Caruaru. “A Unicred possui uma Comissão de Expansão, um órgão auxiliar com representantes da confederação, das centrais e cooperativas, e cujo papel é sugerir regras internas e acompanhar a performance, apoiando as tomadas de decisão do CA”, conta.

Modelo de Negócios 

Duarte explica que a principal diferença entre um banco e uma instituição financeira cooperativa está no modelo de negócios. O cooperativismo é caracterizado por ser uma instituição sem fins lucrativos, ao passo que os bancos operam no modelo capitalista tradicional. “Ser uma entidade sem fins lucrativos não significa a ausência de resultados (lucros), mas, pelo contrário, a Unicred gera resultados sustentáveis e crescentes a cada ano. O grande diferencial é o que fazemos com esse resultado.”

O executivo ressalta que, justamente por não ter fins lucrativos, as cooperativas de crédito reinvestem na sociedade, devolvendo a cada ano milhões de reais aos seus cooperados, e o fazem de maneira proporcional às suas movimentações financeiras. Em uma cooperativa, cada cooperado é o dono do negócio e, portanto, tem o direito de receber parte de seus resultados e excedentes.

“Em termos de segurança, as cooperativas possuem os mesmos benefícios de proteção aos investidores cooperados que qualquer outra instituição financeira. Elas fazem isso por meio do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito. Também é importante saber que existe um processo democrático dentro da instituição. São realizadas assembleias para a prestação de contas, e todas as decisões de negócio acontecem mediante votações, das quais os cooperados podem e devem participar”, explica.

Conflito de interesses

Além disso, outra grande vantagem do cooperativismo é a ausência de conflitos de interesses, o que faz com que as recomendações feitas pelos profissionais envolvidos não tenham viés comercial, uma vez que eles não são remunerados conforme as receitas geradas. “Nossos especialistas têm o compromisso de dar orientações claras e transparentes para que o próprio cooperado tome suas decisões com responsabilidade e consciência. Isso nos permite olhar para o que é melhor para cada cooperado, considerando unicamente seu perfil e suas necessidades. A forma de remuneração dos profissionais e, muitas vezes, as metas impostas pelas instituições financeiras acabam por estimular o direcionamento aos produtos e serviços que são mais rentáveis para a própria instituição, quando o correto seria considerar unicamente as necessidades e os interesses do cliente”, ressalta Duarte.

Papel Social

Outra grande diferença apontada pelo executivo é o engajamento para o bem comum: “As cooperativas cumprem um papel social por meio de ações educativas, culturais e socioambientais, as quais são concebidas e concretizadas em prol da coletividade. Elas buscam promover o crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores e cooperados, bem como da sociedade como um todo”.

“Estamos comprometidos em dar orientações claras e transparentes para que o próprio cooperado tome suas decisões com responsabilidade e consciência”, conclui o executivo.

Faça o download gratuito da edição 21 e confira todas as matérias da edição.

Anúncios e informações sobre as próximas edições, fale com a nossa equipe em [email protected].

Sobre

A Medicina S/A é a mais importante revista de negócios, gestão e liderança do setor médico-hospitalar no Brasil. Com alto padrão editorial, nosso conteúdo apresenta os mais recentes e importantes avanços em Inovação, Tecnologia e Boas Práticas em Saúde. Compartilhamos a visão de empresas, instituições e profissionais que estão transformando o mercado de healthcare.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.