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Skymed

A importância estratégica de investir na digitalização da ficha anestésica

Uso da tecnologia promove a eficiência operacional e minimiza a chance de erros e eventos adversos ao trazer alertas, aumentando a segurança do paciente.

Por Jean Concilio, CEO da Skymed

Não é novidade para ninguém que o setor de saúde no Brasil atravessa um período de instabilidade financeira, afetando tanto hospitais/prestadores quanto operadoras de planos de saúde. Inclusive, uma análise da Fitch, uma das três maiores agências de classificação de risco globais, apontou que o setor de saúde (juntamente com varejo) entre os setores mais comprometidos com endividamento e dificuldades de geração de caixa, nos resultados do terceiro trimestre de 2023. 

Para quem vive o dia a dia, lidar com esses desafios, que ainda são em parte reflexo da pandemia, não é fácil. Governança, controle, transparência, indicadores, dados, são mandatórios.  Cobrar certo, implementar práticas de auditoria, otimizar receitas, reduzir glosas e obter um controle preciso do estoque de medicamentos emerge como elementos fundamentais para o aprimoramento contínuo dos processos e para o alcance de resultados clínicos e financeiros positivos. 

E não dá para fazer isso sem tecnologia e sem transformação digital. Inclusive, segundo o estudo “Perspectivas Globais do Setor de Saúde 2023”, elaborado pela Deloitte, é ela quem será responsável por redefinir o futuro dos cuidados de saúde e da prestação de serviços para reduzir custos. Além de permitir que possamos lidar de forma mais eficaz com a mudança dos padrões de demanda, abordar uma força de trabalho clínica em redução e estarmos melhores preparados para a próxima crise global de saúde.

Os sistemas de gestão hospitalar já estão aí para isso e têm cumprido o seu papel, trazendo um olhar mais macro sobre toda a operação. Mas quando afunilamos isso e fazemos quase um drill drown de todos os aspectos precisam ser gerenciados, percebemos que existem alguns setores extremamente críticos que ainda são pouco digitais, administrados e analisados com base em processos manuais e muito, mas muito mesmo, uso de papel. 

Não, via de regra, pois isso varia muito de instituição para  instituição, os centros cirúrgicos, por exemplo, cujo desempenho financeiro, é uma consideração crucial para a sustentabilidade geral de um hospital, influenciando tanto a receita quanto os custos operacionais, fazem parte dessa realidade. No entanto,  apesar da constante evolução dos equipamentos, os registros da ficha anestésica, por exemplo, um dos principais documentos gerados durante uma cirurgia, estão em papel e passam por processos de backoffice físico.  Tanto que não é por acaso que, atualmente, esteja havendo uma maior atenção ao trabalho do anestesista nas instituições, pois se percebeu que a geração de dados advindas do ato anestésico, bem como o impacto econômico que ele cria são grandes.

Esse cenário manual, ou então gerenciado por sistemas informatizados generalistas, não capazes de atender às especificidades que envolvem os procedimentos anestésicos, acaba impedindo um controle preciso dos procedimentos e a rastreabilidade que esse tipo de procedimento pede. Isso é ainda mais crítico em instituições com muitos profissionais, diversas salas de cirurgias, algumas vezes com uma distribuição geográfica que desfavorece uma visão integrada, e um único colaborador dedicado a coletar os registros físicos. 

O impacto se materializa em uma preocupação crescente com a perda de informações frequentes, queda da qualidade da gestão e a capacidade de faturamento. Fora o fato de itens deixarem de ser registrados e, consequentemente, cobrados, algumas informações podem ser suprimidas e registros importantes, que podem ser decisivos, por exemplo, em situações de judicialização, deixam simplesmente de existir. 

Quando se digitaliza esse processo importante e específico, além de manter a fidedignidade das informações, se alcança um controle mais efetivo das cobranças e dos pagamentos recebidos, reduzindo erros e atrasos. Ou seja, o gestor passa a ter maior detalhamento do processo cirúrgico, dos procedimentos adotados, do consumo de materiais em sala, que permitem um faturamento adequado a cada procedimento. 

Além disso, com o uso da tecnologia, é possível reduzir as glosas, auxiliar o controle do estoque da farmácia do centro cirúrgico, otimizar fluxos e custos das instituições de saúde, gerando indicadores em tempo real, fornecendo dados para tomadas de decisão mais rápidas e assertivas. 

Mas tem ainda outros impactos positivos importantes. A digitalização da ficha anestésica não somente promove a eficiência operacional, garantindo que a instituição opere de maneira eficaz e sustentável em um ambiente de saúde em constante evolução, como minimiza a chance de erros e eventos adversos ao trazer  alertas, aumentando a segurança do paciente. Em paralelo,  os anestesistas podem se concentrar na assistência ao paciente, contando com uma tecnologia de ponta para digitalizar todo o processo transoperatório, gerando automaticamente dados no ponto de atendimento. Vale ressaltar, que segurança do paciente, é um aspecto cada vez mais caro, em especial para instituições que buscam acreditações, como ONA e JCI, por exemplo. 

Além disso, privacidade e segurança da informação somam-se a essas vantagens, fortalecendo a conformidade regulatória e evitando riscos de vazamento de informações ou não adequações a Lei Geral de Proteção de Dados, que trazem grandes preocupações, penalizações e até mesmo custos para as instituições de saúde.

Sem falar que com a garantia de uma administração anestésica eficaz e segura, promove uma imagem e uma reputação positivas do hospital, fortalecendo a confiança dos pacientes e profissionais de saúde. Além disso, ao fornecer ferramentas avançadas de relatórios e análises, o sistema capacita o gestor do hospital a identificar tendências, ajustar estratégias e melhorar continuamente os processos, promovendo assim um ambiente hospitalar mais eficiente, seguro e orientado para resultados.

Enfim, investir em um sistema de gestão específico para atender às complexidades e demandas únicas do gerenciamento anestésico, não só aprimora a segurança e a eficiência dos procedimentos cirúrgicos, mas também atende diretamente às preocupações e desafios enfrentados na gestão do hospital. Isso aparece em  uma melhoria substancial na gestão de recursos, um aumento na conformidade regulatória, uma redução nas despesas associadas a erros de documentação e uma maior eficiência operacional. Além disso, o sistema oferece uma rastreabilidade detalhada dos procedimentos anestésicos, permitindo uma análise abrangente de dados e uma tomada de decisão informada para otimizar continuamente a qualidade do atendimento prestado.

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Jean Concilio é CEO da Skymed, healthtech que desde 2022 faz parte do ecossistema de tecnologias e serviços da Salux Technology. 

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