Essas informações estão na pesquisa “Perfil do Paciente Digital”, realizada pela Doctoralia. Maior plataforma de saúde do mundo, a empresa alcançou mais de 26 milhões de usuários únicos por mês em 2023.
O estudo mostra que 90% dos pacientes buscam informações sobre saúde na internet. Hoje, é comum que os pacientes já cheguem munidos de informações obtidas em pesquisas e saibam até alguns detalhes sobre os sintomas e os meios de tratamento de sua condição. Essa nova postura implica em mudanças para o setor de saúde: é preciso saber como lidar com essa nova geração de pacientes – que é muito mais conectada e informada em relação aos conhecimentos médicos – e como prestar um atendimento alinhado aos seus anseios e expectativas.
O termo “paciente digital” se refere às pessoas que fazem uso de serviços de saúde e, ao mesmo tempo, estão inseridas em um contexto de alta conexão com a internet e uso de dispositivos tecnológicos. A “construção” do paciente digital é, na verdade, uma somatória de hábitos que foram adotados conforme as pessoas passaram a ter acesso simplificado às informações sobre a saúde.
Isso fica claro quando olhamos para a quantidade de sites disponíveis e também para o avanço de recursos como, por exemplo, aplicativos que monitoram a saúde e dispositivos móveis que conseguem analisar a quantidade de exercícios físicos, os batimentos cardíacos etc. Contudo, ao mesmo tempo que a tecnologia forneceu insumos para que as pessoas se tornassem mais engajadas e preocupadas com saúde e bem-estar, o excesso de informação disponível na rede também gerou um enorme contingente de pacientes que chegam ao consultório munidos de informações erradas, fake news e dados superficiais.
Quem é profissional da área da saúde sabe que a frase “eu li no Google” é sempre um ponto delicado. Afinal, certos pacientes enxergam as fontes da internet como verdades absolutas e indiscutíveis, sendo que algumas confiam mais nos sites do que na orientação feita pelo profissional de saúde.
Em resumo: o paciente digital é mais preocupado com a saúde devido à proximidade e ao uso massivo de soluções tecnológicas, mais interessado com temas de bem-estar e cuidados, mas, por outro lado, é mais suscetível à desinformação. Vale ressaltar que esse perfil e esses comportamentos não são “pontos fora da curva”. Estamos falando de hábitos que estão ditando os tempos atuais. Portanto, é imprescindível entender essas mudanças na sociedade e se adaptar a elas para continuar oferecendo uma jornada de qualidade para seus pacientes.
Idade
Em se tratando de faixa etária, dois pontos importantes se destacam: no período de 2018 a 2023, percebe-se que o número de usuários mais jovens, entre 18 e 24 anos, aumentou de 11% para 22,5%. E o número de usuários com 65+ duplicou de 3% para 6,1%. Isso mostra uma maior digitalização nessas faixas de idade, muito por conta da transformação digital impulsionada pela pandemia de covid-19.
Gênero
Em 2018, as mulheres representavam 76% dos usuários, e os homens, apenas 24%. Nesse espaço amostral de 5 anos, nota-se um maior interesse por parte dos homens nos cuidados com a saúde: eles agora representam 35,6% dos usuários.
Localização
O ritmo de vida mais acelerado de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, respectivamente, coloca-as no top 3 das cidades mais frequentes nas localizações dos pacientes, o que representa um maior uso da internet para resolver os assuntos do dia a dia, especialmente com dispositivos móveis.
Paciente 6.0 e novas estratégias digitais
Quando analisado o avanço do setor da saúde, é possível considerar que ainda há espaço para muitas outras inovações. Por conta disso, a área está caminhando para o surgimento do conceito de paciente 6.0, sendo este um perfil cada vez mais exigente e ávido por soluções personalizadas e atendimento mais próximo, unindo os canais online e offline. Diante de tantas mudanças e desafios, como as instituições de saúde e os médicos conseguem fidelizar o novo perfil de paciente?
Segundo o estudo da Doctoralia, é importante ter um canal exclusivo para realizar a comunicação com os pacientes. Por meio de WhatsApp, e-mail e SMS, é possível enviar informações sobre tratamentos, agendamento de consultas e comunicados importantes, além de oferecer orientações personalizadas. Isso quebrará uma barreira física com o profissional, trazendo-o para mais perto do paciente. De acordo com a 4ª edição do Panorama das Clínicas e Hospitais desenvolvido pela Doctoralia, os dois canais mais populares para o agendamento de consultas são telefone (90%) e WhatsApp (82%).
Outro ponto fundamental é diminuir o tempo de espera nas instituições de saúde. Nesse caso, o uso da tecnologia pode ser uma grande aliada para controlar a agenda dos médicos e avisar sobre possíveis atrasos e tempo de espera estimado, tornando esse processo mais transparente. Isso vai ajudar a melhorar a satisfação dos pacientes e diminuir o número de reclamações.
Um fator também determinante na jornada do paciente é o uso da inteligência artificial no diagnóstico médico. Por meio da tecnologia, é possível identificar e tratar doenças, aumentando a eficiência e a precisão nos diagnósticos. Além disso, a IA permite que sejam analisadas uma grande quantidade de dados e identificados padrões que podem passar despercebidos pelos médicos. Isso com certeza vai ajudar a personalizar o tratamento e, consequentemente, melhorar a experiência dos pacientes.
Por fim, é importante ressaltar que a era do paciente 6.0 já está se aproximando. As instituições de saúde e os médicos devem se preparar para continuar inovando e, mais do que isso, utilizar as soluções tecnológicas para resolver possíveis gargalos a fim de melhorar o sistema de saúde como um todo, tornando o atendimento cada vez mais humanizado.
Acesse a pesquisa completa em:
https://pro.doctoralia.com.br/recursos-gratuitos